quinta-feira, 2 de abril de 2009

Ditadura: Governo brasileiro faz pedido oficial de desculpas ao ex-governador Miguel Arraes, falecido em 2005, 45 anos depois do golpe que o depôs

Jornal do Commercio

Ditadura

Governo brasileiro faz pedido oficial de desculpas ao ex-governador Miguel Arraes, falecido em 2005, 45 anos depois do golpe que o depôs do Palácio das Princesas


Na passagem dos 45 anos do Golpe militar de 1964, ontem, o dia foi dedicado no Recife a várias homenagens às vítimas da ditadura. A principal delas foi para o ex-governador Miguel Arraes (morto em 2005), no Palácio do Campo das Princesas. Para marcar sua deposição pelos militares, o governador Eduardo Campos (PSB), neto de Arraes, e o ministro da Justiça, Tarso Genro, descerraram uma placa, no rol de entrada do Palácio, alusiva à resistência de Arraes ao golpe.

Numa reparação histórica, a placa cita a recusa dele em renunciar ao cargo, como exigiam os militares, o que culminou com sua prisão e posterior exílio. A viúva, Madalena Arraes, também recebeu de Tarso Genro uma portaria do Ministério da Justiça reconhecendo Arraes como anistiado político. A homenagem foi marcada pela forte emoção de familiares e admiradores do ex-governador.(pág.1)Ditadura
Governo brasileiro faz pedido oficial de desculpas ao ex-governador, falecido em 2005, 45 anos depois do golpe que o depôs do Palácio das Princesas

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Terça-feira, 17 de Fevereiro de 2009
Uma entrevista devastadora (Sebastião Nery)

No Dia 1º de abril de 1964, enquanto o coronel João Dutra de Castilho depunha e prendia o governador de Pernambuco Miguel Arraes no Palácio das Princesas, entrava na Faculdade de Direito da Universidade Católica de Pernambuco Jarbas de Andrade Vasconcelos, nascido em 23 de agosto de 1942, em Vicência, zona da mata, já em Recife desde os 7 anos.

No dia 13 de dezembro de 1968, quando a ditadura militar dava mais um golpe dentro do golpe, com o AI-5, e Arraes, lá na Argélia, via seu exílio prorrogado sem data para acabar, Jarbas Vasconcelos se formava em Direito. Mas já estava havia muito tempo brigando para Arraes voltar.

Em 1966, o MDB nasceu em Pernambuco nas mãos do professor Pinto Ferreira. Jarbas entrou no partido com Oswaldo Lima Filho, Marcos Freire, Egídio Ferreira Lima, Fernando Lyra, Sérgio Murilo, Thales Ramalho, Fernando Coelho, Marcus Cunha.

Na página de filiação do MDB, que Jarbas assinou, estão Odigas Carvalho (assassinado pelos militares), Roberto Freire (deputado, presidente do PPS), Cristovam Buarque (senador, ex-governador de Brasília, PDT).
Jarbas

A partir daí, a vida de Jarbas foi a vida do MDB. Saiu pelo estado criando diretórios. Em novembro, o partido, ainda fraco, lançou Armando Monteiro Filho para o Senado, contra João Cleófas, da Arena, e perdeu. Em 69, Jarbas era secretário-geral do MDB, até 75, quando se tornou presidente, e continuou presidente do PMDB, de 80 a 82.

Em 70, Jarbas elegeu-se deputado estadual e líder da oposição na Assembléia. Marcos Freire foi o mais votado do Estado para a Câmara Federal: 56.967 votos. Em 74, Marcos Freire derrotou João Cleófas para senador e Jarbas, principal operário da oposição em Pernambuco, com 32 anos, era o deputado federal com mais votos na história do estado: 67.975. Marco Maciel, da Arena, 55.692. Ricardo Fiúza, da Arena, 54.144. Fernando Lyra, do MDB, 53.238; Carlos Wilson, da Arena, 52.318. Thales Ramalho, do MDB, 38.469. Inocêncio de Oliveira, da Arena, 31.789.

Foram "As 16 derrotas que abalaram o Brasil" (título de meu livro de 1974) e que começaram a mandar a ditadura de volta para os quartéis.
Aarraes

Em 78, Jarbas foi o candidato do MDB a senador. Teve 600 mil votos, Nilo Coelho, 350 mil e Cid Sampaio, 300 mil, pela Arena. O senador foi Nilo, pela soma das sublegendas. (O pai de Jarbas morreu na apuração.)

Em 82, Jarbas apoiou Marcos Freire para governador pelo PMDB, que perdeu para Roberto Magalhães do PFL. E voltou à Câmara Federal. Em 85, elegeu-se prefeito de Recife pelo PMDB, contra Sérgio Murilo do PDS. Em 86, apoiou Arraes, que se elegeu governador pelo PMDB.

Em 90, Jarbas era o candidato do PMDB a governador e Arraes a senador. Chapa imbatível. Mas Arraes entregou o governo ao vice Carlos Wilson, saiu do PMDB, foi para o PSB, não aceitou disputar o Senado, fez uma chapa de candidato a federal, encabeçada por ele, dividiu o horário de televisão com o PMDB, teve 300 mil votos e elegeu mais quatro.

E assim Arraes derrotou Jarbas, que perdeu o governo para Joaquim Francisco, do PFL. Em 98, Jarbas deu o troco: elegeu-se governador pelo PMDB contra Arraes do PSB, por mais de 1 milhão de votos, logo no primeiro turno. Uma vitória esmagadora: 64,39%.
Sarney

Ninguém, portanto, tem mais autoridade para falar em PMDB do que o senador do PMDB de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos. Como ele, só Pedro Simon do Rio Grande do Sul, Orestes Quercia de São Paulo, Paes de Andrade do Ceará, fundadores do MDB em 1966, que continuam até hoje no PMDB. Daí a repercussão nacional da devastadora entrevista do senador Jarbas Vasconcelos nas "Páginas Amarelas" da "Veja" desta semana:

1 - "A eleição do senador Sarney para a presidência do Senado é um completo retrocesso. Foi um processo tortuoso e constrangedor. Sarney apareceu como candidato, sem nenhum compromisso ético. A moralização e a renovação são incompatíveis com a figura do senador. Sarney vai transformar o Senado em um grande Maranhão".
PMDB

2 - "O PMDB quer cargos para fazer negócios, ganhar comissões. Alguns ainda buscam o prestígio político. Mas a maioria se especializou nessas coisas pelas quais os governos são denunciados. A corrupção está impregnada em todos os partidos. Boa parte do PMDB quer é corrupção".

3 - "Daqui a dois anos, o PMDB será ocupante do palácio do Planalto, com Dilma ou com Serra. O PMDB vai se dividir. A parte majoritária ficará com o governo, já que está mamando. E uma parte minoritária, mas significativa, irá para a candidatura de Serra".
Lula

4 - "Com o desenrolar do primeiro mandato de Lula, com os sucessivos escândalos, percebi que Lula não tinha nenhum compromisso com reformas ou com ética. Quando o PT deixou cair a máscara, abriu a porta para a corrupção. Deixou a ética de lado e agora tem como bandeira o PAC, um amontoado de projetos velhos reunidos em um pacote eleitoreiro. O Bolsa Família é o maior programa oficial de compra de votos do mundo".

5 - "A Dilma é prepotente e autoritária e está se moldando. Acredito muito em Serra e me empenharei em sua candidatura à Presidência".

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