sábado, 8 de setembro de 2007

SETE DE SETEMBRO - Aula de civismo e tradição (Jornal de Brasilia - Márcio Falcão)

SETE DE SETEMBRO
Aula de civismo e tradição

Parada militar atraiu 30 mil pessoas, 10 mil a menos que o esperado. A exemplo de outros anos, Esquadrilha da Fumaça deu um show à parte


Márcio Falcão


A tradição foi mantida. O Dia da Pátria mais uma vez alterou o visual da Esplanada dos Ministérios que foi invadida, ontem, pelo desfile cívico-militar do 7 de Setembro, em comemoração à Independência do Brasil. A abertura seguiu o protocolo, mas foi marcada por pequenas falhas, que não ofuscaram o brilho da festa. Em carro aberto, o presidente Lula desfilou no Rolls-Royce presidencial, ao lado da primeira-dama Marisa Letícia, para as 30 mil pessoas presentes, segundo cálculos da Polícia Militar. Ao chegar no palanque das autoridades, Lula foi recebido pelo vice-presidente, José Alencar, e pelo governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda.

Foto: RAPHAEL RIBEIRO">

Em seguida, houve o desembarque de um grupo de pára-quedistas, que aconteceu durante a execução do Hino Nacional. Ao tentar autorizar o início dos desfiles, faltou som nas caixas de áudio instaladas ao longo da Esplanada e no microfone do presidente, que apenas disse: "Foi, foi!". O início do desfile teve que ser interrompido ainda para a chegada ao palanque do presidente de Moçambique, Armando Guebuza, que veio ao Brasil assinar acordos de cooperação em Educação e Saúde.

Neste ano, o tema escolhido para as atividades do Sete de Setembro foi "Educação, Cidadania e Independência". Segundo o ministro da Educação, Fernando Haddad, a idéia do governo era chamar a atenção para a importância da educação como caminho para um Brasil melhor. "Para nós, o Dia da Independência é sempre o dia da educação", acrescentou. Na opinião de Haddad, a educação é o elemento-chave para qualquer projeto nacional. "É o caminho para tudo, para a melhor distribuição de renda, para a justiça social, a participação consciente na vida política nacional pelo desenvolvimento econômico", afirmou o ministro.

Estudantes
O desfile também contou com a participação de alunos de escolas particulares e públicas do DF. A Secretaria de Educação levou para o desfile cinco Escolas Parque do DF. Os estudantes brasilienses homenagearam Anísio Teixeira, responsável por implantar as Escolas Parque. Eles estavam caracterizados de personagens representando as atividades do mundo cultural, como literatura, teatro, artes visuais e dança.

Também estiveram presentes os diretores das 27 melhores escolas públicas do País, que foram cumprimentados pelo presidente Lula. "A educação agora é moda e é bom que seja assim mesmo. A sociedade precisa falar e discutir a educação", destacou o secretário de Educação do DF, José Luiz Valente.

De acordo com informações do Ministério da Defesa, o desfile contou com a participação de 7 mil pessoas. Deste total, 4,5 mil são militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. Houve ainda apresentações de aeronaves, viaturas e cavalos, além de uma quadrilha de festa junina. O público que acompanhou o desfile ficou dividido. Segundo estimativa da Polícia Militar do DF, das 30 mil presentes, 20 mil estiveram nas arquibancadas e outros 10 mil pelas calçadas. A estimativa do Ministério da Defesa e do Planalto é que 40 mil pessoas acompanhassem o desfile.

Sem previsão
Os apresentadores do programa de televisão norte-americano American Choppers, Paul Senior, Paul Junior e Mickey roubaram a cena. Sem previsão na programação original distribuída pelo Palácio do Planalto, os três pilotos de moto apresentaram ao público as três motos que construíram para expor no Brazilian Music Festival Motos, que termina amanhã. Uma das motos foi inspirada em Brasília e em homenagem aos 100 anos do arquiteto Oscar Niemeyer.

A pirâmide formada por homens do Batalhão de Polícia do Exército de Brasília, ao passar pelas arquibancadas, arrancou os aplausos mais calorosos. O desfile foi encerrado pelas sete aeronaves da Esquadrilha da Fumaça que fizeram várias manobras e surpreenderam o público ao deixar no céu da capital federal os dizeres: “Pátria Amada Brasil”. Durante o show, o público pôde ouvir não apenas o barulho dos motores, mas também clássicos do rock'n roll, como a música "Jump", da banda norte-americana Van Halen.

As atividades em comemoração ao Dia da Independência continuaram a ser realizadas, ao longo do dia, no canteiro central da Esplanada. Ontem, foram seis shows. Os eventos prosseguem até amanhã, com a realização de atividades recreativas, culturais, esportivas e informativas.



Foto: JOSEMAR GONÇALVES">
Arruda (E) recebeu Lula (D), após desfile do presidente com a primeira-dama no Rolls-Royce

Lula entre convidados

A estratégia traçada pelo Palácio do Planalto para evitar que o presidente Lula sofresse qualquer espécie de constrangimento no desfile do Sete de Setembro – a exemplo do que ocorreu nos Jogos Pan-Americanos, no Rio de Janeiro, quando foi vaiado – teve resultado. Na Esplanada dos Ministérios, Lula acabou "blindado" por palanques de convidados e não presenciou qualquer manifestação negativa a sua gestão. Na única platéia com a qual se deparou, Lula só recebeu apoio. Ao todo, foram 1.260 convidados da Presidência da República que lotaram as duas arquibancadas localizadas em frente ao palanque das autoridades.

Entre os convidados, pelo menos um chamou atenção. Trata-se de Geralda Ferreira de Araújo, de 70 anos, fã declarada do presidente Lula. Com um vestido da bandeira do Brasil, a aposentada foi uma das mais empolgadas, sempre aplaudindo e gritando frases parabenizando Lula. Moradora de São Sebastião, ela chegou por volta das 6h no local do desfile, portando um cartaz em forma de coração. Ela diz gostar de Lula “porque ele fala sempre a verdade”.

Gastos
A "blindagem" do presidente também teve influência nos gastos públicos. Esta é a festa da Independência mais cara desde 2003, tendo a conta aumentado para R$ 2,485 milhões; enquanto que em 2006, foi empenhado R$ 1,499 milhão. A Presidência explicou que o gasto foi maior porque foi preciso acrescentar 30 banheiros públicos aos 90 já previstos, além de ampliar o número das grades de proteção de isolamento ao longo da Esplanada.

O Planalto diz ainda que como neste ano são três dias de shows no canteiro central da Esplanada, os custos das atrações culturais também encarecerram o preço do desfile. Outra justificativa foi repassada pela empresa João Palestino Eventos, responsável pela montagem da infra-estrutura do Sete de Setembro. A prestadora de serviços alega também que a realização dos Jogos Pan-Americanos elevou o preço de muitos equipamentos utilizados nesse tipo de evento.

Publicado em 08/09/2207)

Fonte: Jornal de Brasilia

http://www.clicabrasilia.com.br/impresso/noticia.php?IdNoticia=304452

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial