sábado, 29 de março de 2008

Militares entram na guerra à dengue segunda-feira

Quase 2 mil homens darão combate ao mosquito e atendimento às vítimas da doença

Quinhentos 500 militares se juntarão a 1.200 homens do Corpo de Bombeiros no combate ao mosquito da dengue a partir da próxima segunda-feira. Eles irão vistoriar residências, acabar com focos e poderão invadir casas abandonadas ou onde não haja autorização do proprietário para a entrada.

O governador do Rio, Sergio Cabral Filho, publicou quarta-feira um decreto no "Diário Oficial" autorizando, em nome do interesse público, a entrada da Defesa Civil nas residências, mesmo sem autorização dos moradores. A medida objetiva principalmente a permitir que os agentes vistoriem imóveis abandonados.

Além disso, as Forças Armadas montarão três hospitais de campanha para atender e diagnosticar pacientes com dengue. Serão 1.200 militares, que trabalharão dia e noite, também a partir de segunda-feira, recebendo casos suspeitos de hospitais referenciados pela Secretaria Estadual de Saúde. A previsão é de que o apoio militar no combate à epidemia no Estado dure pelo menos até o dia 31 de maio.

Para o secretário Nacional de Atenção à Saúde, José Carvalho de Noronha, essa é a epidemia mais letal que a capital fluminense já enfrentou. O número oficial do Estado é de 54 óbitos entre 43.523 notificações por dengue de janeiro até quarta-feira, ou seja, uma morte a cada 805 casos. Em 2002, quando houve a última epidemia de dengue, foram registrados 288.245 ocorrências e 91 mortes decorrentes da doença (um óbito a cada 3 167 casos).

"O ministro (da Saúde, José Gomes Temporão) e o Ministério da Defesa pediram que acelerássemos essas medidas porque estamos com um nível de letalidade insuportável", disse Noronha, acrescentando que é uma taxa inaceitável. Os hospitais de campanha atenderão apenas pacientes encaminhados pelas emergências dos hospitais públicos. "Com isso, esperamos reduzir muito as filas", afirmou o secretário Estadual de Saúde, Sérgio Côrtes.

Segundo ele, o transporte entre os hospitais de referência e os hospitais de campanha será feito através de vans. Cada uma das três Forças Armadas será responsável por uma instalação militar. A da Aeronáutica será na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade, onde se concentram as taxas de incidência mais altas.

Os pacientes serão encaminhados pelo hospital Lourenço Jorge, que fica no mesmo bairro. Em Nova Iguaçu, os casos suspeitos de dengue do Hospital da Posse irão para o Quartel do Corpo de Bombeiros, onde o atendimento será feito por homens da Marinha. Em Deodoro, na Vila Militar, o Exército montará seu hospital, que será referenciado pelo Hospital Carlos Chagas.

Essas medidas foram anunciadas ontem, logo após a reunião do Gabinete de Crise - que reúne representantes das três esferas de governo e do Comando Militar do Leste -, criado para enfrentar a epidemia, na sede da Secretaria Estadual de Saúde, no centro do Rio. O secretário municipal de Saúde, Jacob Kliggerman, não compareceu. Ele avisou que não conseguiu chegar a tempo porque tinha ido doar sangue para pacientes com suspeita de dengue hemorrágico.

Ainda esta semana, a Secretaria Estadual instalará mais duas tendas de hidratação, na Penha e em Duque de caxias, na Baixada Fluminense.

Investimentos

Após a reunião, o Ministério da Saúde anunciou a liberação de R$ 10 milhões para ações emergenciais de combate à dengue. O Estado investirá a mesma quantia, totalizando R$ 20 milhões de recursos. Em nota, o Ministério da Saúde informou ter investido mais de R$ 685 milhões no combate à doença em 2007.

Com esses recursos, publicou 380 mil exemplares de um protocolo de diagnóstico e tratamento em crianças e adultos, distribuído a médicos da rede pública; alertou as autoridades locais sobre a possibilidade de uma epidemia; produziu um diagnóstico de infestação do mosquito transmissor nas áreas consideradas de risco; e modificou a campanha contra a dengue, de sazonal para anual.

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Fonte: Tribuna da Imprensa - 28-03-08

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