domingo, 10 de janeiro de 2010

A GUERRA DO PARAGUAI: UM LABORATÓRIO DE DOUTRINA MILITAR PARA O MERCOSUL, A SER EXPLORADO

(Do Jornal Sul de Minas)

Sábado, 09 de janeiro de 2010

Academia História Militar

Querido leitor, após um período animado de festividades natalinas e de ano novo, voltamos com ares renovados para mais um ano de bons artigos sobre história militar e outros. Esperamos que 2010 Deus em sua infinita bondade possa iluminar cada um no incentivo ao um mundo melhor. Nesse ano temos uma nova página para melhorar e difundir nossos pontos de vista, sempre norteado pelo lema do 4º BE Cmb “tudo que deve ser feito merece ser bem feito!”.

Como forma de comemorarmos no dia 2 de janeiro de 1865 o aniversário da Tomada de Paissandu, durante a Guerra do Paraguai, neste ano de 2010 iremos abordar diversos aspectos da citada Guerra.. A tomada de Paissandu tinha como objetivo derrubar o ditador uruguaio Atanasio Cruz Aguirre (1804-1875). Eleito em 1864, Aguirre chefiava um governo de nacionalismo extremado, o que provocou seguidas agressões e invasões de terras dos cerca de 40 mil brasileiros que viviam em território uruguaio. Apoiadas por forças leais ao general uruguaio Venâncio Flores, opositor de Aguirre, as tropas brasileiras conquistaram a cidade de Paissandu e depois rumaram para Montevidéu, obrigando Aguirre a se refugiar no Paraguai, onde pediu apoio a outro ditador: Francisco Solano Lopez (1827-1870). A invasão era o pretexto que o paraguaio esperava para lançar seu exército contra o Brasil. A Guerra do Paraguai se anunciava. Logo nos primeiros lances do conflito, Marcílio Dias teve seu segundo – e derradeiro – momento de glória: a batalha naval do Rio Riachuelo. Ao vencê-la, em 11 de junho de 1865, a Marinha brasileira e seus aliados conseguiram controlar os rios da bacia platina e evitar o avanço paraguaio. Marcílio Dias tombou no campo, ou melhor, no convés de batalha, mas ajudou a definir o rumo da guerra: desfalcados em suas forças navais, até o fim do conflito os paraguaios agiriam sempre na defensiva.

De 1865 a 1870, a Bacia do Rio da Prata foi cenário do maior conflito entre nações das Américas - a Guerra do Paraguai. Ela envolveu de um lado o Brasil, a Argentina e o Uruguai, que formaram a Tríplice Aliança contra o Paraguai. Seu início teve lugar logo depois de término da Guerra de Secessão nos EUA; conflito interno entre o Norte industrial e o Sul agropecuário e escravista daquele país. A Guerra de Secessão a qual considero o primeiro grande conflito da Era Industrial. Conflito que foi o prenúncio da Guerra Total. Nele, com o apoio na máquina a vapor que tornou possível a produção, em série, de munições e armamentos que aumentaram consideravelmente a densidade de fogo na superfície do campo de batalha. Isto obrigou o combatente, para sobreviver, a enterrar-se no terreno á procura dos abrigos, mais conhecidos por trincheiras - marca registrada da I Guerra Mundial em sua primeira fase.

A Guerra de Secessão, com a qual a Guerra do Paraguai apresenta muitas semelhanças e recebeu fortes influências, somente foi estudada criticamente, á luz dos fundamentos da Arte de Guerra, entre as duas últimas Grandes Guerras.

Os chefes, pensadores, planejadores e historiadores militares norte-americanos lamentaram profundamente o atraso do estudo, em razão dos valiosos ensinamentos que ela sugeria e que poderiam ter sido incorporados à Doutrina Militar do Exército dos EUA na I Guerra Mundial. E, mais eles se conscientizaram da importância do conflito no contexto da Doutrina Militar Mundial.

4º BE Cmb
1910- 2010 – 100 anos
Fonte: http://www.revistadehistoria.com.br e artigo sobre a Guerra do Paraguai do Coronel Cláudio Moreira Bento
Michel Dias Rosa – Historiador Militar
Delegado Regional

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