Revolta dos 18 do Forte de Copacabana
Da esquerda para direita, tenentes Eduardo Gomes, Siqueira Campos, Newton Prado e o civil Otávio Correia. |
Conflitos na História do Brasil Período Republicano |
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República Velha |
Revolta da Armada: 1893-1894 |
Revolução Federalista: 1893-1895 |
Guerra de Canudos: 1893-1897 |
Revolta da Vacina: 1904 |
Revolta da Chibata: 1910 |
Guerra do Contestado: 1912-1916 |
Sedição de Juazeiro: 1914 |
Greves Operárias: 1917-1919 |
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Revolução Libertadora: 1923 |
Revolução de 1930: 1930 |
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Revolução Constitucionalista: 1932 |
Intentona Comunista: 1935 |
Levante Integralista: 1938 |
Regime Militar |
Guerrilha do Caparaó: 1967 |
Guerrilha do Araguaia: 1967-1974 |
A Revolta dos 18 do Forte de Copacabana ocorreu em 5 de Julho de 1922, na cidade do Rio de Janeiro, então capital em Distrito Federal, no Brasil.
Foi a primeira revolta do movimento tenentista, no
contexto da República Velha brasileira.
Índice |
História
Antecedentes
Durante a campanha eleitoral de 1921, o jornal "do Povo", na edição de 9 de outubro, publicou uma carta manuscrita, atribuída ao candidato do governo, Artur Bernardes, governador de Minas Gerais.Nele o ex-presidente da República Marechal Hermes da Fonseca era chamado de "sargentão sem compostura", acusando o Exército de ser formado por elementos "venais".
Artur Bernardes Franco negou veementemente a autoria da carta, vindo o mesmo periódico a publicar uma segunda carta, no mesmo tom da primeira e como ela, atribuída ao mesmo candidato.
A comoção causada foi enorme, principalmente entre os militares, representados no Clube Militar, sob a presidência do próprio Marechal.
Mais tarde seria descoberto que as assinaturas nas cartas eram forjadas.
Nas eleições de 1° de março de 1922 Artur Bernardes saiu-se vencedor, embora os resultados oficiais houvessem sido contestados pela oposição. Com o clima político tenso, em Pernambuco, o Exército foi chamado para conter rebeliões populares, descontentes com o novo Governo estadual.
No dia 29 de junho, Hermes da Fonseca telegrafou ao Recife, exortando os militares a não reprimirem o povo, sendo, por essa razão, preso no dia 2 de julho e o Clube Militar fechado.
A prisão de Hermes da Fonseca, a mais alta patente militar do país, e o fechamento do Clube Militar por decreto presidencial, foram recebidos como uma afronta aos militares do Exército. E estes já estavam bastante descontentes com o fato de um civil - o historiador Pandiá Calógeras - ocupar o cargo Ministro da Guerra, tendo sido nomeado pelo presidente da República anterior, Epitácio Pessoa.
Em todos os quartéis do Rio de Janeiro comentava-se que "a procissão ia sair".
O movimento deveria se iniciar a partir do Forte de Copacabana, a uma hora da madrugada do dia 5 de julho. Na data marcada, porém, só a Escola Militar e o Forte de Copacabana se levantaram.
Cercados pelas forças leais ao Governo Federal, não tiveram alternativa a não ser entregar-se.
A revolta do Forte de Copacabana
Quem comandava o Forte de Copacabana, na ocasião, era o capitão Euclides Hermes da Fonseca, filho do marechal Hermes da Fonseca. No dia 4 de julho, Euclides exortou os seus comandados, tendo feito escavar trincheiras desde o portão do Forte até o farol, minando-se o terreno.
Tendo sido estabelecido que o movimento se iniciaria a uma hora da madrugada do dia 5, a uma e vinte o tenente Antônio de Siqueira Campos disparou um dos canhões, sinal combinado. A guarnição aguardou em silêncio a resposta de outras unidades, o que não aconteceu. O Governo, informado do movimento, antecipara-se e fizera trocar os principais comandos militares da capital.
Siqueira Campos, então, disparou contra o Quartel-General do Exército (no Campo de Santana, atual Palácio Duque de Caxias), o da Marinha (na Praça Barão de Ladário), o Depósito Naval e o Forte do Leme, matando quatro pessoas neste último.
Outros autores afirmam que foram disparados tiros, ainda, contra a Fortaleza de Santa Cruz da Barra, em Niterói, e contra o Forte de São João, no bairro da Urca.
Durante todo o dia 5, o Forte de Copacabana sofreu intenso bombardeio pela artilharia da Fortaleza de Santa Cruz. Na madrugada do dia 6, o Ministro da Guerra, Pandiá Calógeras, telegrafou ao Forte, exigindo a rendição dos rebeldes.
O capitão Euclides Hermes e o tenente Siqueira Campos permitiram, então, a saída de todos aqueles que não quisessem combater.
Dos 301 homens da guarnição, saíram 272. Enquanto isso, os encouraçados São Paulo e Minas Gerais, e um destróier posicionaram-se ao largo da ilha de Cotunduba, passando a bombardear o Forte.
O Ministro Calógeras telegrafou uma vez mais, passando Governo e rebeldes a parlamentar. Como consequência, o Capitão Euclides Hermes saiu ao encontro do Ministro no Palácio do Catete, onde recebeu voz de prisão.
Encerrara-se o diálogo com um ultimato do Governo: ou os rebeldes se renderiam ou seriam massacrados.
Sob o bombardeio naval, o tenente Siqueira Campos pressionado pelos remanescentes da tropa tomou a decisão suicida: não resistiram no Forte e nem bombardearam a cidade, como haviam chegado a ameaçar.
Saíram em marcha até ao Palácio do Catete combatendo.
A canivete, uma bandeira brasileira foi cortada em vinte e nove pedaços e distribuída entre os rebeldes: um pedaço foi guardado para ser entregue ao capitão Euclides Hermes.
Às 13 horas do dia 6 de julho, iniciaram a marcha pela Avenida Atlântica. Um número até hoje não determinado se rendeu ou debandou. Na altura do antigo Hotel Londres, restavam dezessete militares revoltosos , aos quais se juntou o engenheiro civil gaúcho Otávio Correia, amigo do tenente Siqueira Campos.
Após alguns tiroteios, ao alcançarem a altura da antiga rua Barroso (atual Siqueira Campos), os dez homens restantes (nove militares e o civil) foram confrontados pela tropa legalista (integrada por cerca de três mil homens).
No confronto final, um tiroteio que durou aproximadamente trinta minutos, foram capturados, feridos, os tenentes Siqueira Campos e Eduardo Gomes, e dois soldados. Os demais faleceram em combate muito desigual. Os soldados vieram a falecer posteriormente, no hospital, em consequência dos ferimentos recebidos, tendo apenas Eduardo Gomes e Siqueira Campos sobrevivido à caminhada.
Baixas do confronto final[1]
tenentes | soldados | civil |
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Siqueira Campos - ferido a bala no abdômen | Hildebrando Nunes | Otávio Correia |
Eduardo Gomes - ferido a bala na virilha | José Pinto de Oliveira | |
Mário Carpenter | Manoel Antônio dos Reis | |
Newton Prado |
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