sábado, 2 de abril de 2011

Revolta dos 18 do Forte de Copacabana

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Os 18 do Forte.jpg
Da esquerda para direita, tenentes Eduardo Gomes, Siqueira Campos, Newton Prado e o civil Otávio Correia.
Conflitos na História do Brasil
Período Republicano
República Velha
Revolta da Armada: 1893-1894
Revolução Federalista: 1893-1895
Guerra de Canudos: 1893-1897
Revolta da Vacina: 1904
Revolta da Chibata: 1910
Guerra do Contestado: 1912-1916
Sedição de Juazeiro: 1914
Greves Operárias: 1917-1919
Revolta dos Dezoito do Forte: 1922
Revolução Libertadora: 1923
Revolução de 1930: 1930
Era Vargas
Revolução Constitucionalista: 1932
Intentona Comunista: 1935
Levante Integralista: 1938
Regime Militar
Guerrilha do Caparaó: 1967
Guerrilha do Araguaia: 1967-1974

A Revolta dos 18 do Forte de Copacabana ocorreu em 5 de Julho de 1922, na cidade do Rio de Janeiro, então capital em Distrito Federal, no Brasil.

Foi a primeira revolta do movimento tenentista, no
contexto da República Velha brasileira.

Índice

História

Antecedentes

Durante a campanha eleitoral de 1921, o jornal "do Povo", na edição de 9 de outubro, publicou uma carta manuscrita, atribuída ao candidato do governo, Artur Bernardes, governador de Minas Gerais.

Nele o ex-presidente da República Marechal Hermes da Fonseca era chamado de "sargentão sem compostura", acusando o Exército de ser formado por elementos "venais".

Artur Bernardes Franco negou veementemente a autoria da carta, vindo o mesmo periódico a publicar uma segunda carta, no mesmo tom da primeira e como ela, atribuída ao mesmo candidato.

A comoção causada foi enorme, principalmente entre os militares, representados no Clube Militar, sob a presidência do próprio Marechal.

Mais tarde seria descoberto que as assinaturas nas cartas eram forjadas.

Nas eleições de 1° de março de 1922 Artur Bernardes saiu-se vencedor, embora os resultados oficiais houvessem sido contestados pela oposição. Com o clima político tenso, em Pernambuco, o Exército foi chamado para conter rebeliões populares, descontentes com o novo Governo estadual.

No dia 29 de junho, Hermes da Fonseca telegrafou ao Recife, exortando os militares a não reprimirem o povo, sendo, por essa razão, preso no dia 2 de julho e o Clube Militar fechado.

A prisão de Hermes da Fonseca, a mais alta patente militar do país, e o fechamento do Clube Militar por decreto presidencial, foram recebidos como uma afronta aos militares do Exército. E estes já estavam bastante descontentes com o fato de um civil - o historiador Pandiá Calógeras - ocupar o cargo Ministro da Guerra, tendo sido nomeado pelo presidente da República anterior, Epitácio Pessoa.
Em todos os quartéis do Rio de Janeiro comentava-se que "a procissão ia sair".
O movimento deveria se iniciar a partir do Forte de Copacabana, a uma hora da madrugada do dia 5 de julho. Na data marcada, porém, só a Escola Militar e o Forte de Copacabana se levantaram.

Cercados pelas forças leais ao Governo Federal, não tiveram alternativa a não ser entregar-se.

A revolta do Forte de Copacabana

Tenentes vão de encontro às forças legalistas, na Avenida Atlântica, Rio de Janeiro.
Placa comemorativa dos 18 do Forte em frente ao Forte de Copacabana

Quem comandava o Forte de Copacabana, na ocasião, era o capitão Euclides Hermes da Fonseca, filho do marechal Hermes da Fonseca. No dia 4 de julho, Euclides exortou os seus comandados, tendo feito escavar trincheiras desde o portão do Forte até o farol, minando-se o terreno.

Tendo sido estabelecido que o movimento se iniciaria a uma hora da madrugada do dia 5, a uma e vinte o tenente Antônio de Siqueira Campos disparou um dos canhões, sinal combinado. A guarnição aguardou em silêncio a resposta de outras unidades, o que não aconteceu. O Governo, informado do movimento, antecipara-se e fizera trocar os principais comandos militares da capital.

Siqueira Campos, então, disparou contra o Quartel-General do Exército (no Campo de Santana, atual Palácio Duque de Caxias), o da Marinha (na Praça Barão de Ladário), o Depósito Naval e o Forte do Leme, matando quatro pessoas neste último.

Outros autores afirmam que foram disparados tiros, ainda, contra a Fortaleza de Santa Cruz da Barra, em Niterói, e contra o Forte de São João, no bairro da Urca.

Durante todo o dia 5, o Forte de Copacabana sofreu intenso bombardeio pela artilharia da Fortaleza de Santa Cruz. Na madrugada do dia 6, o Ministro da Guerra, Pandiá Calógeras, telegrafou ao Forte, exigindo a rendição dos rebeldes.

O capitão Euclides Hermes e o tenente Siqueira Campos permitiram, então, a saída de todos aqueles que não quisessem combater.

Dos 301 homens da guarnição, saíram 272. Enquanto isso, os encouraçados São Paulo e Minas Gerais, e um destróier posicionaram-se ao largo da ilha de Cotunduba, passando a bombardear o Forte.

O Ministro Calógeras telegrafou uma vez mais, passando Governo e rebeldes a parlamentar. Como consequência, o Capitão Euclides Hermes saiu ao encontro do Ministro no Palácio do Catete, onde recebeu voz de prisão.

Encerrara-se o diálogo com um ultimato do Governo: ou os rebeldes se renderiam ou seriam massacrados.

Sob o bombardeio naval, o tenente Siqueira Campos pressionado pelos remanescentes da tropa tomou a decisão suicida: não resistiram no Forte e nem bombardearam a cidade, como haviam chegado a ameaçar.

Saíram em marcha até ao Palácio do Catete combatendo.

A canivete, uma bandeira brasileira foi cortada em vinte e nove pedaços e distribuída entre os rebeldes: um pedaço foi guardado para ser entregue ao capitão Euclides Hermes.

Às 13 horas do dia 6 de julho, iniciaram a marcha pela Avenida Atlântica. Um número até hoje não determinado se rendeu ou debandou. Na altura do antigo Hotel Londres, restavam dezessete militares revoltosos , aos quais se juntou o engenheiro civil gaúcho Otávio Correia, amigo do tenente Siqueira Campos.

Após alguns tiroteios, ao alcançarem a altura da antiga rua Barroso (atual Siqueira Campos), os dez homens restantes (nove militares e o civil) foram confrontados pela tropa legalista (integrada por cerca de três mil homens).

No confronto final, um tiroteio que durou aproximadamente trinta minutos, foram capturados, feridos, os tenentes Siqueira Campos e Eduardo Gomes, e dois soldados. Os demais faleceram em combate muito desigual. Os soldados vieram a falecer posteriormente, no hospital, em consequência dos ferimentos recebidos, tendo apenas Eduardo Gomes e Siqueira Campos sobrevivido à caminhada.

Baixas do confronto final[1]

tenentes soldados civil
Siqueira Campos - ferido a bala no abdômen Hildebrando Nunes Otávio Correia
Eduardo Gomes - ferido a bala na virilha José Pinto de Oliveira
Mário Carpenter Manoel Antônio dos Reis
Newton Prado

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