domingo, 7 de setembro de 2008

O soldado que o Brasil quer

Mais jovens das fronteiras e da classe média serão chamados. Carentes serão profissionalizados

Marco Aurélio Reis e Ananda Rope

BRASÍLIA E RIO - Soldados equipados com uniformes e armamentos modernos, mas bem mais leves que os usados por tropas dos Estados Unidos e Europa. Homens especialistas para defesa em regiões inóspitas do País, como a selva amazônica. Guerreiros com a disciplina e o conhecimento do campo de batalha.

Nas fileiras ao lado desses soldados marcados por morarem em regiões próximas às fronteiras, jovens de classe média e outros oriundos de famílias pobres dos centros urbanos. Aos primeiros, remuneração maior que os R$ 471 pagos atualmente aos recrutas das Forças Armadas. Aos demais, cursos profissionalizantes com atividades práticas nos quartéis e carta de apresentação para obter emprego após o serviço militar obrigatório.

Assim é o soldado idealizado pelo governo para defender o Brasil após o marco histórico do Plano Estratégico de Defesa, que será divulgado até o fim do ano. O documento está pronto, seria apresentado neste domingo, mas o próprio presidente Lula pediu mais tempo para discuti-lo dentro do governo.

Ambicioso, o programa promete reaparelhar quartéis, além de mudar o serviço militar e ressuscitar a indústria bélica nacional, com incentivos fiscais e vantagens nas licitações para abastecer as unidades militares com armas e veículos , entre outros insumos de defesa.

O plano promete ainda revolucionar o serviço militar, que anualmente entrevista 1,6 milhão de jovens brasileiros com 18 anos de idade, mas seleciona só 80 mil para o ingresso nos quartéis. A proposta é que o número de convocados aumente para 100 mil no ano que vem, chegando a dobrar para 200 mil no médio prazo.

A proposta será não só para rapazes, mas também para moças, como Thaiane de Barros, 17 anos, recém alistada no Serviço Militar da Marinha. “É uma oportunidade para quem não tem condição para pagar um curso técnico ou profissionalizante ou ainda não sabe o que cursar na faculdade”, diz.

Fonte: O Dia

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