Governo realiza estudos sobre vencimentos dos militares
Reajuste entre 14% e 25%
Governo reinicia estudos sobre vencimentos nos quartéis. Assunto ainda é mantido sob sigilo
Ananda Rope
BRASÍLIA - Embora o ministro da Defesa, Nelson Jobim, não declare nada publicamente a respeito do reajuste dos soldos dos oficiais e praças das Forças Armadas, outras áreas do governo confirmam os estudos sobre o seu impacto financeiro. Nesses estudos estão o índice de 14% analisado até então e um novo, de 25%, que atenderia às reclamações sobre a defasagem entre os vencimentos dos quartéis e os dos servidores civis federais da área de segurança, como policiais federais e patrulheiros rodoviários.
Os levantamentos estão sendo preparados para ser apresentados ao ministro Jobim na próxima semana. Neles, além do valor nominal de cada soldo há, ainda, o custo total para os cofres da União — confira ao lado como ficarão os soldos se um dos dois índices for aprovado pela área a econômica do governo. Tudo dependerá, porém, do impacto no Orçamento da União.
A discussão vem desde quando Waldir Pires era o titular do Ministério da Defesa. Antes de sair da pasta, em julho, Pires prometera que deixaria tudo “engatilhado” para que seu sucessor continuasse o trabalho na luta pelo reajuste dos soldos.
A vaga de Pires foi ocupada por Jobim, que logo teve que lidar com o caos aéreo e as queixas salariais dos controladores de vôos, muitos deles sargentos da Força Aérea Brasileira. Com isso, os estudos ficaram paralisados, sendo retomados somente no fim do mês passado.
No momento, Nelson Jobim conversa com representantes dos militares. Na semana que vem, recebe o capitão da reserva e deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), que levará propostas para corrigir a defasagem dos soldos e um rosário de queixas de militares sobre as atuais dificuldades.
Procurado por O DIA, o ministro não falou sobre o reajuste e nem comentou o encontro com o parlamentar. Disse apenas ainda não “ter pensado no assunto”.
Destaques em concursos
Interlocutores do ministro Nelson Jobim já levaram a ele a preocupação sobre os pedidos de ingresso à reserva remunerada provocados pela insatisfação salarial nos quartéis. Um deles chegou a dizer que, “enquanto a defasagem salarial persistir, as academias de formação de oficiais continuarão a ser vistas como supercursinhos preparatórios para concursos públicos”.
A argumentação foi embasada pelo fato de que, entre os 20 primeiros colocados dos principais concursos abertos pelo governo federal nos últimos quatro anos, como a seleção para a AGU (Advocacia-Geral da União), cinco são ex-militares.
“A desvalorização do serviço militar tem feito com que nossos maridos busquem outras alternativas”, conta a representante da Unemfa (União Nacional das Esposas de Militares das Forças Armadas), Ivone Luzardo. “Muitos estudam bastante para fazer concursos e há também os que saem para trabalhar em empresas nprivadas", completa.
ALUNOS: AJUDA MAIOR
O reajuste inclui ainda a ajuda paga aos estudante militares. Um aspirante do último ano, que recebe R$ 558, poderá passar a R$ 636 com o aumento de 14%, ou a R$ 697, com o de 25%. Os aspirantes dos demais anos, de R$ 453 para R$ 516 (14%) ou R$ 566 (25%). Os alunos do último ano do Colégio Naval de R$ 411 para R$ 468 (14%) ou 513 (25%). Os alunos de demais anos de R$ 402, para R$ 458 ou R$ 502. Aprendiz de R$ 318, para R$ 362 ou R$ 397.
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