PORQUE AS FAMÍLIAS DOS MILITARES PROTESTAM (Pedro Porfírio)
De: | Pedro Porfírio |
Para: | Edson Nogueira Paim |
Data: | 29/01/08 23:03 |
Assunto: | PORQUE AS FAMÍLIAS DOS MILITARES PROTESTAM |
PORQUE AS FAMÍLIAS DOS MILITARES PROTESTAM
COLUNA NOJORNAL POVO DO RIO DE 30 DE JANEIRO DE 2008
Você sabe qual o soldo de um general de Exército, brigadeiro da Aeronáutica ou almirante da Marinha? Sabe quanto passou a ganhar um coronel da PM de Brasília, com o aumento de 14,2% concedido agora?
Antes de informar a diferença gritante (e até em desacordo com o artigo 24 do Decreto-Lei 667/69), gostaria de chamar a atenção para a gravidade de uma crise que fervilha no silêncio que a disciplina impõe em todos os nossos quartéis.
É uma crise em gestação há muitos anos, por conta de uma nova doutrina continental a respeito das Forças Armadas, como pode ser percebido a partir da leitura do livro "Complô para aniquilar as Forças Armadas e as Nações da Íbero-América", editado pela "Executive Intelligence Review".
Mas o que está acontecendo hoje passa dos limites e justifica a indignação generalizada nas Forças Armadas, levando suas famílias, militares da reserva e até alguns da ativa a manifestações de rua, como a convocada para esta quinta-feira em frente ao ao Comando Militar do Leste, no Rio de Janeiro.
Nenhum país que se presuma cioso de sua soberania pode prescindir de um corpo militar devidamente equipado e no gozo de vencimentos dignos. Do contrário, tudo o mais que se fale fica no limite de uma temerária ficção, que torna vulneráveis os pilares da própria nacionalidade.
No Brasil de hoje, é ilusão falar de que dispomos realmente uma estrutura militar na medida de sua importância mundial e segundo o modelo de sustentação das instituições, uma vez que as Forças Armadas são a sua coluna vertebral.
A discussão dos pleitos que os militares estão fazendo sem um só arranhão nos limites dos seus estatutos e de sua disciplina extrapola os quartéis.
Nós, cidadãos civis e militares, somos os sujeitos em uma sociedade democrática. Temos obrigação de assumir determinadas causas, sobretudo, quando elas sofrem cerceamentos legais.
No caso, ao comparar soldos, não estamos reclamando do que ganha um coronel ou um soldado na Polícia Militar de Brasília, até porque a nossa PM aqui também está em pé de guerra.
Mas não dá para aceitar que, após 30 anos de serviço um general receba de soldo (isso há quase dois anos) pouco mais de R$ 6 mil, enquanto o coronel brasiliense ganhe a partir de agora exatos R$ 15.355,85 mensais.
Um soldado de primeira classe, especializado e engajado, recebe por mês de soldo nas Forças Armadas R$ 751,00. O da PM de Brasília passou a receber R$ 4.129,73. Temos aí uma das razões para dar todo apoio à mobilização das famílias dos militares. É uma questão de justiça e de visão patriótica. Que não tem nada com diferenças políticas ou ideológicas.
coluna@pedroporfirio.com
Veja também colunas escritas por PEDRO PORFÍRIO na TRIBUNA DA IMPRENSA sobre as Forças Armadas em 9 de fevereiro de 2004 e 8 de março de 2004.
Acesse
http://colunaporfirio.blogspot.com
Nas próximas horas, você receberá uma coluna mais detalhada sobre os erros dos governos, quando subestiam o papel fundamental dos militares nadefesa da soberania naconal.
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