domingo, 6 de abril de 2008

Pentágono se debate entre situação frágil no Iraque e a fadiga de seus soldados

06/04/2008 - 18h48

WASHINGTON, 6 Abr 2008 (AFP) - Na hora de decidir sobre a continuação da retirada das tropas americanas do Iraque, o Pentágono se debate entre a fragilidade dos avanços reivindicados no terreno e a necessidade de suas forças armadas recobrarem o ânimo e se refazerem da fadiga.

O comandante-em-chefe da coalizão no Iraque, o general David Petraeus, será recebido pelo Congresso americano em 8 e 9 de abril: com o apoio do secretário da Defesa, Robert Gates, se prevê que recomende uma pausa na redução do contingente americano a partir do verão quando seu número passará para 140.000 dos atuais 156.000.

O recrudescimento da violência nas últimas semanas no Iraque joga a seu favor, ao revelar a fragilidade dos progressos que, segundo o Pentágono, foram obtidos em termos de segurança no país.

Washington não deixou de destacar nos últimos meses o "êxito" de sua estratégia para estabilizar o Iraque, graças ao envio de cerca de 30.000 soldados de reforço no início de 2007, a mobilização de ex-insurgentes sunitas para lutar contra a Al-Qaeda e uma trégua da principal milícia xiita.

Mas o cessar-fogo mostrou sua fragilidade no final de março, em Basra, onde as forças de segurança iraquianas e os milicianos xiitas do exército de Mahdi se enfrentaram brutalmente por uma semana.

Este confronto violento também semeou interrogações sobre a capacidade das forças iraquianas para controlar a segurança do país, uma condição imposta pelo governo de George W. Bush para se retirar do Iraque.

O chefe do Estado-maior conjunto americano, o almirante Michael Mullen, saudou nesta semana a decisão do governo iraquiano de lançar a operação, embora considere muito cedo para dizer se a mesma representou uma vitória.

Em plena campanha para as presidenciais americanas de novembro, o pedido de Petraeus em favor de "congelar" a retirada de soldados, conectado com a violência no Iraque, certamente atiçará as críticas dos democratas, que defendem uma volta rápida das tropas.

A pausa na diminuição de efetivos representa alguns problemas para o exército americano, exausto depois de seis anos de guerra no Iraque e Afeganistão.

A pressão sobre os soldados deve ser reduzida, caso contrário se poderá cruzar uma 'linha vermelha invisível' que colocará em perigo o estado das forças armadas, alertou o almirante Mullen.


UOL

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