sexta-feira, 23 de março de 2012


Classe C avança em número e renda


TRIBUNA DO NORTE - Publicação: 23 de Março de 2012 


São Paulo (AE e ABr) - O número de brasileiros que ascenderam à 
classe C chegou a 40,3 milhões entre 2005 e 2011. Com isso, a 
classe C, em sete anos, passou de 34% para 54% da população. 
Os números fazem parte do estudo "O Observador Brasil 2012", 
divulgado ontem pela Cetelem BGN, empresa do grupo BNP Paribas.

Júnior Santos
A ascensão tem fortalecido o poder de compra e o mercado interno
A ascensão tem fortalecido o poder de compra e o mercado interno

De acordo com o levantamento, em 2005, a classe C tinha 62.702.248 brasileiros. No ano passado, esse número havia subido para 103.054.685. Em 2010, eram 101.651 803 - ou 53% da população. O estudo, desenvolvido pela Cetelem BGN em parceria com a Ipsos Public Affairs, mostra que em 2011 as classes A e B representavam, juntas, 22% do total da população e as classes D e E somavam 24%.

De acordo com a pesquisa, a renda média familiar da classe C passou de R$ 1.107 em 2005 para R$ 1.450 em 2011 - crescimento de 30,9%. Já a renda média familiar geral da população passou de R$ 974 para R$ 1.618 - aumento de 66,1%. "O aumento da renda disponível em todas as classes sociais indica que houve maior contenção de gastos", destacou a equipe técnica responsável pela pesquisa.

De 2010 para 2011 o aumento da renda média familiar geral foi impulsionada pela classe C, única faixa da população em que foi observado crescimento. A renda dos integrantes da classe C passou de R$ 1.338 para R$ 1.450. Nas classes A e B, a renda média familiar caiu de R$ 2.983 para R$ 2.907. Nas classes D e E, o valor baixou de R$ 809 para R$ 792.

A pesquisa foi realizada entre os dias 17 e 23 de dezembro do ano passado. Foram ouvidos 1.500 entrevistados em 70 cidades com o objetivo de obter uma amostra representativa da população urbana do País. As classes sociais foram definidas de acordo com o Critério de Classificação Econômica Brasil (CCEB), um sistema de pontos, fornecido pela Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep), que leva em conta não a renda familiar, mas a posse de itens domiciliares e grau de instrução do chefe da família.

Apesar dos ganhos, intenção de consumo está menor

São Paulo (AE) - A pesquisa da Cetelem BGN mostra que a expectativa de consumo do brasileiro para este ano caiu em todas as classes sociais. O recuo na intenção de compra é notório em itens como carros, computadores, telefones celulares, móveis e atividades de lazer e viagens. "O brasileiro está um pouco mais cauteloso neste ano do que em 2011", afirmou o vice-presidente Comercial e de Marketing da Cetelem, Miltonleise Carreiro Filho.

De acordo com a pesquisa,  18% dos brasileiros consultados afirmaram que pretendiam comprar um carro em 2011, porcentual que caiu para 15% na pesquisa de 2012. O recuo foi maior entre as classes A e B, nas quais a intenção de comprar automóvel passou de 28% para 24%. Entre os consumidores da classe C, esse porcentual baixou para 15%, ante 18% na pesquisa anterior.

Quedas expressivas também ocorreram na intenção de aquisição de computadores pessoais (de 20% na consulta realizada no ano passado para 16% no levantamento relativo a 2012), telefone celular (de 25% para 17%), eletrodomésticos (38% para 30%), móveis (de 40% para 31%) e lazer e viagem (de 32% para 25%).

Houve manutenção da intenção de compra de propriedades - 11% dos consultados, assim como na sondagem anterior, pretendem adquirir imóveis em 2012. Na análise por classes, porém, a intenção da compra de imóveis caiu entre as classes A e B (de 20% para 16%), manteve-se em 10% na classe C e apresentou aumento entre os consumidores das classes D e E, ao passar de 6% em 2011 para 9% em 2012.

Otimismo

A pesquisa aponta que, apesar da queda na intenção de consumo neste ano, os consumidores seguem otimistas. "Este ano pode não ter o mesmo nível de consumo de 2011, mas a expectativa ainda segue positiva", afirmou Carreiro Filho.

Metade (50%) dos consultados acredita em crescimento geral do País neste ano, ante 60% em 2011. O consumo vai aumentar para 49% dos entrevistados, ante 53% que tinham a mesma opinião na pesquisa anterior. 

quarta-feira, 21 de março de 2012


General assegura: “Ditadura militar, nunca mais.”


Adhemar_Costa_Machado_GeneralJosé Carlos Ruy, via Vermelho - Em palestra perante um auditório de extrema-direita e de dirigentes da TFP, o comandante militar do Sudeste, general Adhemar da Costa Machado Filho afasta a possibilidade de intervenção militar para barrar o desenvolvimento democrático.
Uma notícia de grande importância quase não foi notada no último final de semana: o comandante militar do Sudeste, general Adhemar da Costa Machado Filho, assegurou em palestra perante a cúpula da TFP e de uma parte significativa da extrema-direita brasileira que ditadura militar, “nunca mais”.
A palestra foi relatada em artigo do repórter Roldão Arruda em O Estado de S.Paulo (“Caserna longe da crise com o governo”, 17 de março), e a afirmação do general confirma o profissionalismo e o espírito cívico e constitucionalista que prevalece entre os oficiais das Forças Armadas, desautorizando as vozes saudosas da ditadura militar que se manifestam (em documentos assinados inclusive por oficiais acusados de tortura) contra a apuração dos crimes cometidos pela repressão durante os governos militares de 1964 a 1985.

A palestra foi promovida em São Paulo pelo Instituto Plínio Corrêa de Oliveira, que reúne uma parcela considerável da organização ultradireitista Tradição, Família e Propriedade. Entre as 200 pessoas que ouviram o general estavam altos dirigentes daquela entidade reacionária, como o príncipe dom Bertrand de Orleans e Bragança (que se apresenta como herdeiro da monarquia brasileira), e o empresário Adolpho Lindenberg, presidente do instituto.

A descontração do general contrastou com a tensão na plateia, diz a reportagem. É compreensível: enquanto aquele comandante enfatizou questões como o profissionalismo dos militares e a modernização das Forças Armadas, o objetivo de seus ouvintes conservadores era outro, claramente político. Como no passado, a extrema-direita mantém a esperança de uma intervenção dos militares num quadro político em que a influência conservadora é declinante.
A plateia direitista ouviu o que não quis. A frase do general foi provocada por um bilhete vindo da plateia, que dizia: “O que mais tenho ouvido é elogio ao período militar, em comparação com a situação atual. Urge uma intervenção. Caso contrário seguiremos nessa senda nefasta em direção à ditadura da qual nos livramos em 1964.”
A resposta jogou água fria nas esperanças golpistas insinuadas no bilhete, registrou a reportagem: O general juntou as mãos e, após breve silêncio, respondeu: “Dias atrás me perguntaram: ‘General, quando os senhores voltam?’ Respondi: ‘Nunca mais. O Brasil mudou’.”
E enfatizou, para não deixar dúvida: as Forças Armadas são “um instrumento do Estado brasileiro a serviço do governo eleito democraticamente”. E foi além. Sem citar explicitamente a Comissão da Verdade, disse: “Nós olhamos para o futuro. Não olhamos pelo espelho retrovisor”.
As palavras do general Adhemar da Costa Machado Filho precisam ser registradas. Elas revelam uma inflexão política fundamental ocorrida nas últimas décadas, com o crescimento entre os militares da consciência democrática, legalista e profissionalista, e também da compreensão de que as Forças Armadas são instrumentos constitucionais para a afirmação da soberania nacional. “Somos o quinto país em extensão territorial e a sexta economia do mundo. Um país como esse precisa de Forças Armadas à altura da posição que ocupa”, disse ele, com razão.
A experiência brasileira desde final da Segunda Guerra Mundial foi marcada pela intensa intervenção militar na política e pelo embate entre duas correntes militares. Uma, nacionalista e democrática, lutou pela soberania do país, pelo desenvolvimento econômico e pelo bem-estar dos brasileiros. A outra, que unia fascistas, conservadores, autoritários e chefes militares alinhados com os EUA, acabou prevalecendo com o golpe militar de 1964. Sob seu comando a democracia foi eliminada, o desenvolvimento nacional autônomo foi abandonado e o alinhamento automático com os EUA comprometeu gravemente a soberania nacional. O general Castelo Branco, que inaugurou depois do golpe de 1º de abril de 1964 a série de generais presidentes foi explícito nessa afronta à soberania nacional em um discurso pronunciado no Itamarati, em 31 de julho de 1964, quando estava no comando da presidência da República: “no presente contexto de uma confrontação de poder bipolar, com radical divórcio político ideológico entre os dois respectivos centros, a preservação da independência pressupõe a aceitação de certo grau de interdependência, quer no campo militar, quer no econômico, quer no político”. Isto é, pregava abertamente o abandono da soberania nacional, afrontando abertamente a missão constitucional e histórica das Forças Armadas, que é justamente a defesa intransigente da soberania e da independência do país.
A influência dos generais sobre o governo manteve-se até o final do mandato do presidente José Sarney que, particularmente durante o período da elaboração da Constituição de 1988, ficou sob a tutela do então ministro do Exército, o general Leônidas Pires Gonçalves. Um oficial conservador que, entre 1974 e 1977, foi chefe do Estado Mário do então 1º Exército (no Rio de Janeiro), ao qual o DOI-Codi carioca estava subordinado. Ele estava nessa função quando ocorreu, em São Paulo, em dezembro de 1976, o Massacre da Lapa, articulado por militares da repressão sediados no Rio de Janeiro.
Com Fernando Collor de Mello, que sucedeu a Sarney na presidência da República, teve início o desmonte das Forças Armadas, dentro do projeto de desmonte do Estado Nacional e submissão do Brasil aos ditames das potências imperialistas. Esse projeto foi aprofundado durante os mandatos de Fernando Henrique Cardoso, sucateando as Forças Armadas brasileiras, chegando ao vexame de muitos quartéis e instalações militares não terem sequer como alimentar os recrutas, que passaram a ser liberados para fazer suas refeições em casa.
Este foi o resultado nefasto da vitória da corrente antidemocrática que levou à ditadura militar, aos crimes cometidos pela repressão e, no limite – durante os governos civis neoliberais dirigidos pelas mesmas forças da direita que prevaleceram durante a ditadura militar – à ameaça de desmantelamento das Forças Armadas, abrindo mão deste instrumento fundamental para a defesa e afirmação da soberania do país.
O profissionalismo e o sentimento democrático dos oficiais contemporâneos decorrem dessa dupla experiência: primeiro, do aprofundamento das conquistas democráticas no país (“o Brasil mudou”, disse o general) e do alinhamento dos novos oficiais a seus deveres legais e constitucionais. A outra experiência, de caráter corporativo, decorre da ameaça de desmonte enfrentada nos governos neoliberais.
No passado, os políticos conservadores e golpistas que rodeavam os quartéis em busca da intervenção militar eram designados como “cassandras” ou “vivandeiras” – intrigueiros que buscavam o uso da força armada para objetivos particulares, invariavelmente ilegais ou inconstitucionais. Na última quinta-feira, as cassandras contemporâneas, ao fazerem apelo semelhante a um alto comandante do Exército, ouviram um sonoro não. Mais um sinal do declínio da direita fascista e golpista (que combina com o declínio eleitoral dos partidos conservadores, como o DEM, por exemplo), que aponta para a consolidação e fortalecimento institucionais no Brasil. Quem ganha com isso é a democracia.
Leia também: Militares lançam manifesto contra a tortura e pela Comissão da Verdade

sábado, 3 de março de 2012


ALERTA Á NAÇÃO - 17/02 - MANIFESTO INTERCLUBES MILITARES

COMENTÁRIO DO PAINEL DE BLOGS DO CORONEL PAIM

Sem entrar no mérito dos dizeres contidos no documento intitulado "ALERTA Á NAÇÃO", sinto-me na obrigação de publicá-lo nos meus Blogs, em razão de minhas convicções democráticas, de meu respeito à liberdade de expressão, da qual nunca abdiquei, pois desde antes de entrar para o meu amado e glorioso Exército, fato que completará 64 anos no próximo dia 15 de março, sempre tive ao alcance de meu olhos a seguinte frase, então atribuída à Patrick Henry: "Não concordo com nada do que dizes, mas defenderei, até a morte, o direito de o dizeres".

Nesse período fui, não apenas mero espectador, mas partícipe da história militar e política do país, motivo pelo qual não poderia ficar alheio no instante em que a percepção de nossas Forças Armadas e do perfil do militares são muitas vezes distorcidos, quase sempre devido a sectarismo de alguns, de fora e de dentro da caserna, situação incompatível com o momento histórico em que vivemos, nos albores do advento do Brasil Potência, marchando aceleradamente rumo à posição de quarta economia do planeta, objetivo que sempre colimamos e do qual já podemos nos ufanar.

Em 1961, realizei palestra no Rotary Club de Aquidauana, intitulada "O SOLDADO E SUA PARTICIPAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO SOCIAL DO BRASIL",  na qualidade de representante do Comando da 1a. Cia do 9o. B.E. Comb. (a primeira Unidade da nossa gloriosa FORÇA EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA (FEB) entrar em combate na Itália, tendo regressado a Aquidauana, com seus heróis, mas tendo deixado, no cemitério brasileiro de Pistóia, seus mortos, posteriormente repatriados pelo próprio ex-comandante da FEB, Marechal Mascarenhas de Moraes, cuja patente lhe fora concedida pelo Congresso Nacional, além da condição de permanecer na ativa do Exército, enquanto vida tivesse, honraria semelhante atribuída, apenas, ao Tenente-Coronel Benjamim Constant Botelho de Magalhães, cujo nome por decisão idêntica, permanece, até hoje, no Almanaque do Exército.

A palestra acima referida pode ser acessada através do seguinte LINK:
http://edsonpaimescrevepaineldopaim.blogspot.com/2008/08/o-soldado-e-sua-participao-no.html

Faço-o, também, em virtude de meu arraigado amor à Pátria e do respeito às nossas Forças Armadas, além de não aceitar divisão maniqueísta entre militares e civis, pois os estes são nada mais, nada menos do que brasileiros fardados e eleitores, cujo direito de cidadania não podem ser obstaculizados.

Na minha visão, o Clube Militar, como instituição mais que centenária, deveria manter em seu site a matéria publicada, pois não se trata de uma instituição castrense e sim de uma entidade civil que tem a inarredável obrigação de defender a liberdade de imprensa e, particularmente, direito de veiculação de opiniões através da web.

Certamente os dirigentes do Clube Militar optaram por retirar a publicação, por causa de bom senso, a fim de evitar a radicalização por parte daqueles que, ao desconhecer a história das nossas Forças Armadas e dos seus integrantes, de todos os tempos, insistem em pregar a cizania entre a sociedade e a família militar.

(Escreveu o Coronel Edson Nogueira Paim)

Eis a matéria a que se refere o comentário supra:


ALERTA Á NAÇÃO


17/02 - MANIFESTO INTERCLUBES MILITARES
 .
Texto completo

Logo no início do seu mandato, os Clubes Militares transcreveram a mensagem que a então candidata enviara aos militares da ativa e da reserva, pensionistas das Forças Armadas e aos associados dos Clubes. Na mensagem a candidata assumia vários compromissos. Ao transcrevê-la, os Clubes lhe davam um voto de confiança, na expectativa de que os cumprisse.
Ao completar o primeiro ano do mandato, paulatinamente vê-se a Presidente afastando-se das premissas por ela mesma estipuladas. Parece que a preocupação em governar para uma parcela da população sobrepuja-se ao desejo de atender aos interesses de todos os brasileiros.
Especificamente na semana próxima passada, e por três dias consecutivos, pode-se exemplificar a assertiva acima citada.
Na quarta-feira, 8 de fevereiro, a Ministra da Secretaria de Direitos Humanos concedeu uma entrevista à repórter Júnia Gama, publicada no dia imediato no jornal Correio Braziliense, na qual mais uma vez asseverava a possibilidade de as partes que se considerassem ofendidas por fatos ocorridos nos governos militares pudessem ingressar com ações na justiça, buscando a responsabilização criminal de agentes
repressores, à semelhança ao que ocorre em países vizinhos. Mais uma vez esta autoridade da República sobrepunha sua opinião à recente decisão do STF, instado a opinar sobre a validade da Lei da Anistia. E, a Presidente não veio a público para contradizer a subordinada.
Dois dias depois tomou posse como Ministra da Secretaria de Política para as Mulheres a Sra Eleonora Menicucci. Em seu discurso a Ministra, em presença da Presidente, teceu críticas exarcebadas aos governos militares e, se auto-elogiando, ressaltou o fato de ter lutado pela democracia (sic), ao mesmo tempo em que homenageava os companheiros que tombaram na refrega. A platéia aplaudiu a fala, incluindo a Sra Presidente. Ora, todos sabemos que o grupo ao qual pertenceu a Sra Eleonora conduziu suas ações no sentido de implantar, pela força, uma ditadura, nunca tendo pretendido a democracia.
Para finalizar a semana, o Partido dos Trabalhadores, ao qual a Presidente pertence, celebrou os seus 32 anos de criação. Na ocasião foram divulgadas as Resoluções Políticas tomadas pelo Partido. Foi dado realce ao item que diz que o PT estará empenhado junto com a sociedade no resgate de nossa memória da luta pela democracia (sic) durante o período da ditadura militar. Pode-se afirmar que a assertiva é uma falácia, posto que quando de sua criação o governo já promovera a abertura política, incluindo a possibilidade de fundação de outros partidos políticos, encerrando o bi-partidarismo.
Os Clubes Militares expressam a preocupação com as manifestações de auxiliares da Presidente sem que ela, como a mandatária maior da nação, venha a público expressar desacordo com a posição assumida por eles e pelo partido ao qual é filiada e aguardam com expectativa positiva a postura de Presidente de todos os brasileiros e não de minorias sectárias ou de partidos políticos.
Rio de Janeiro, 16 de fevereiro de 2012

V. Alte Ricardo Antonio da Veiga Cabral  -  Presidente Clube Naval          
Gen Ex Renato Cesar Tibau da Costa       -  Presidente  Clube Militar
Ten Brig Carlos de Almeida Baptista         -  Presidente Clube de Aeronáutica