terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Brasil tem disposição para dobrar tropas no Haiti, diz general Enzo Martins Peri

Brasil tem disposição para dobrar tropas no Haiti, diz general

O comandante do Exército, general Enzo Martins Peri afirmou, durante entrevista coletiva nesta segunda-feira, que o Brasil tem disposição de ampliar o efetivo brasileiro no Haiti.

No entanto, a definição da cota de militares brasileiros deve ser definida pela ONU, que coordena a missão de paz Minustah. Antes do tremor, a Minustah contava com cerca de 7.000 militares, sendo 1.266 brasileiros.

Na coletiva, ele informou ainda que a previsão de chegada ao Brasil dos 16 corpos de militares brasileiros encontrados no Haiti é nesta quarta-feira.

Ainda há dois militares desaparecidos, e sobre eles o Exército não divulgou novidades. O avião que transportará os corpos aterrissará em Brasília.

O terremoto do último dia 12 matou ainda a brasileira Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança, e o chefe-adjunto civil da missão da ONU no Haiti, Luiz Carlos da Costa.

Peri falou de seu choque ao chegar a Porto Príncipe. "No caminho do aeroporto para a base, podemos ver os primeiros sinais do desastre. Alguns corpos colocados em frente ao hospital, pessoas se jogando pelas ruas, com aquela expressão de sofrimento", descreveu.

Anteriormente nesta segunda-feira, o governo brasileiro anunciou que não discute nenhuma ampliação na doação de US$ 15 milhões [cerca de R$ 26 milhões] programada para o país.

A União Europeia (UE) anunciou um reforço de R$ 500 milhões na ajuda financeira ao Haiti.

ONU

O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon, defendeu hoje, em reunião do Conselho de Segurança realizada a portas fechadas, um aumento no número de militares em missão de paz no Haiti.

Na saída da reunião, Ban contou a jornalistas que, além de defender a presença de mais "capacetes azuis" no país, defendeu ainda que o mandato da missão de paz --a chamada Minustah, que é militarmente liderada pelo Brasil-- seja prolongado em seis meses.

O terremoto aconteceu às 16h53 do último dia 12 e teve epicentro a 15 quilômetros de Porto Príncipe, a capital do país, que ficou virtualmente devastada. O Palácio Nacional e a maioria dos prédios oficiais desabaram. O mesmo aconteceu na sede da missão de paz da ONU no país, a Minustah, liderada militarmente pelo Brasil.

Ainda não há um dado preciso do total de mortos. A Organização Pan-Americana de Saúde, ligada à ONU, afirma que podem ter morrido cerca de 100 mil pessoas. Já a Cruz Vermelha estima o número de mortos entre 45 mil e 50 mil. O governo do Haiti já chegou a estimar em 200 mil o número de mortos. Cerca de 70 mil corpos já foram enterrados em valas comuns desde o terremoto, disse neste domingo o secretário de Alfabetização local, Carol Joseph.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Atuação no Haiti pode consolidar papel de liderança do Brasil

FABRÍCIA PEIXOTO
da BBC Brasil em Brasília

Com o desastre que abateu o Haiti, a diplomacia brasileira para o país caribenho deverá entrar em uma nova fase, na avaliação do Itamaraty. A expectativa é de que o governo brasileiro seja "mais exigido", mas em contrapartida poderá consolidar seu papel de liderança no processo de paz haitiano.

Na avaliação de diplomatas, o trabalho de recuperação política do Haiti, que já era considerado "complexo", vai exigir um compromisso ainda maior do governo brasileiro.

A expectativa é de que, depois da fase emergencial de socorro às vítimas, os países que integram as forças de paz, juntamente com as Nações Unidas, "reavaliem as prioridades" da operação.

Como membro não-permanente do Conselho de Segurança da ONU, o Brasil "tem a chance de fazer valer suas perspectivas e visões" em relação ao Haiti, diz um representante da diplomacia brasileira.

"Quem decide é a ONU, mas o Brasil sempre defendeu uma política mais de longo prazo no Haiti, que vá além da segurança", diz o diplomata.

Uma das possibilidades é de que o efetivo da missão de estabilização da ONU no Haiti, a Minustah, seja ampliado - decisão que precisa ser aprovada pelo Conselho de Segurança.

De acordo com essa mesma fonte do Itamaraty, "não necessariamente" o adicional de tropas precisa sair do Brasil.

"Um dos desafios é justamente o de convencer outros países de que eles também precisam contribuir mais", diz o diplomata.

Antes do terremoto, a previsão era de que as tropas pudessem ser reduzidas a partir de 2011, o que também deverá ser revisto.

Protagonista

País com o maior efetivo militar no Haiti, com 1.266 homens, o Brasil acabou conquistando um papel de protagonista no processo de paz do país caribenho.

A causa foi abraçada não apenas do ponto de vista militar, mas também diplomático, sendo vista como uma das principais bandeiras da política externa do governo Lula.

Além de reforçar sua influência na América Latina, a experiência militar brasileira no Haiti é vista no governo como mais um ponto favorável à campanha do Brasil por um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

O general Carlos Alberto Santos Cruz, que comandou a Minustah de 2007 a 2009, diz que o governo brasileiro tem oferecido apoio financeiro e treinamento à operação e que esse "esforço deu um maior conceito ao Brasil".

"Não é a toa que a missão de paz, que na verdade é da ONU, muitas vezes é confundida com uma missão brasileira", diz.

De acordo com a ONG Contas Abertas, o governo brasileiro já gastou mais de R$ 700 milhões com a operação desde o início da missão.

Revisão

Apesar de os militares da Minustah serem treinados para situações de catástrofe, a missão não tem em seu mandato a "reconstrução física" do país, diz o representante da diplomacia brasileira.

A ideia, segundo ele, é de que outras agências da própria ONU se alinhem aos compromissos da missão de paz.

"Estamos falando da reconstrução de um país praticamente do zero, e não apenas mais de uma questão política ou de segurança", diz. "Por isso acredito que as operações no país terão de ser repensadas", acrescenta.

Para o general Santos Cruz, a discussão nesse momento é "puramente humanitária", mas, segundo ele, "em algum momento o Conselho de Segurança deverá discutir o futuro do Haiti".

"Parte do trabalho que já havia sido feito no país nos últimos seis anos foi perdido. Tanto o componente militar como civil da missão terão de ser reavaliados", diz.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Crise Militar, Meio Ambiente, Ambientalistas e MST – Postagem: Luiz Carlos Nogueira

Comentário da Semana de Gelio Fregapani

Assuntos: Crise Militar, Meio Ambiente, Ambientalistas e MST – Me dá meu boné

Inicialmente expresso meu entusiasmo com a atitude dos nossos comandantes das Forças, e por que não reconhecer, do ministro da Defesa, que começa a merecer apoio para vôos mais altos.

Nas tradicionais famílias de militares, como a da minha saudosa mãe, contava-se muitas histórias, certamente reais, mas que viram folclore familiares. Uma dessas, de pedir o boné, se refere a Floriano Peixoto. Contava-se que, quando Benjamim Constant conseguiu reunir uma tropa rebelada no Campo de Santana, o ministro visconde de Ouro Preto teria convocado ao gen. Floriano para que os enfrentasse (Floriano era o Secretário do Exército, que equivaleria mais ou menos ao atual Ch do Estado Maior). Floriano respondeu que não derramaria sangue de brasileiros, pediu seu boné e pegou o bonde para casa.

Essa velha história, como muitas outras, me deixou marcas negativas, principalmente porque o Floriano acabou vice-presidente passando a imagem de que já estivesse combinado, e não hesitou muito em derramar sangue brasileiro na revolta de 93. Passei a não gostar dessa de pedir o boné .

Já vi outros chefes, quando descontentes, pedirem transferência para a reserva. Muitas vezes pensei que se fosse eu, ou alguns dos que sigo como exemplo (gen Ruy e ten. cel Escóssia) em muitas circunstâncias teria virado a mesa em lugar de me retirar protestando como um choramingas.

‘ O fato é que desta vez encaro de forma diferente o pedido de demissão do Jobin e dos comandantes das Forças; acredito que não foi exatamente um pedido “do boné”, mas apenas um aviso que isto ultrapassava o limite do engulível. Que a partir desse ponto as forças não mais se acovardariam.

Ninguém imagina que em uma guerra inexistam erros de procedimento; claro que também os houve de nossa parte, como no episódio do cap. Sergio Macaco, mas do outro lado houve muito mais, sendo o mais hediondo o assassinato a sangue frio de uma menina, ordenado pelo próprio Prestes. A anistia foi e é o pilar básico da pacificação. Sem ela retorna a guerra.

É impossível a um Exército com brio aceitar passivamente ser submetido a humilhação, mas há outros motivos para a reação militar. Um é a consciência de que o Alto Comissariado da ONU é que está operando à sorrelfa, na destruição da paz social e dos interesses nacionais brasileiros, através de um dos seus braços mais longos, aquele supostamente dedicado aos “direitos humanos”, e tem insistido, nos últimos oito anos, que “o Brasil derrube todas as leis que protejam “torturadores”, com a finalidade real de quebrar a capacidade de resistência militar do nosso País, tal como já conseguiram na Argentina.

Algo mais está acontecendo. Até a imprensa decidiu ventilar o caso, e não somente a ligada a oposição. Depois que este documento maluco veio à tona, cada setor está descobrindo que também será afetado e não só os militares como todos pensavam no inicio, quando estes reagiram contra seu teor. Parece que o País está se tocando do sério perigo que está correndo. O “Me dá meu boné!” – desta vez, estou convicto, não é uma retirada, mas um aviso: se querem briga vão ter. Aí é que terá mesmo uma crise militar, e apoiada por amplos setores civis.

Mesmo o mais revanchista dos vermelhos tem consciência de que não conseguiria circunscrever a “busca da verdade” aos militares. Lula diz que não conhecia o teor. É claro que o governo reformulará, mesmo porque é crível que o presidente não tenha lido. Até mesmo um presidente erudito não teria tempo de ler tudo e ouviria resumos. O que talvez aconteça é a Dilma ter que explicar porque não comentou as implicações na hora que levou para assinar. Constatada a deslealdade, isto poderá até inabilitar sua candidatura. O fato é que a anistia é irrevogável, não por força da lei, mas por “estado de necessidade”.

Quanto mais perigoso um grupo combatente, mais facilmente obtém anistia de seus crimes. Vamos começar pelo terrorismo. Se o governo do Reino Unido estivesse proibido de fazer concessões, não teria obtido o fim das atividades militares do IRA. Se a Espanha não puder fazer ofertas políticas ao ETA nunca haverá paz ali.

Ao inventar que torturas e terrorismo não são anistiáveis, retira-se um instrumento para promover a pacificação política. Se alguém considera o terror um instrumento legítimo para buscar outra ordem constitucional, não deixará de praticá-lo porque a Constituição proíbe a anistia.

Por que dois inconseqüentes puxaram esse assunto agora? Não foi por razões práticas. É simplesmente irreal. Creio que estavam testando a coesão dos militares. Quebraram a cara. Para o Lula mostraram que são perigosamente aloprados. Para o país, são reles criadores de casos.

Talvez tenham detonado a candidatura da Dilma. Como ninguém quer a volta do grupo FHC, deve aparecer alguém mais palatável .

Ambientalistas

Como prevíamos, todos os candidatos pretendem se apresentar como ambientalistas de carteirinha. Na briga para causar boa impressão ao eleitorado, políticos elegeram o meio ambiente. A evidência do tema na mídia inspirou candidatos, que - mesmo sem intimidade com o assunto - resolveram aderir ao verde. O problema dos marqueteiros políticos é que a farsa do aquecimento global foi desmascarada pela onda de frio, arrastando o distorcido ambientalismo político para o fundo do poço.

Apesar da comprovação da farsa do IPCC, da desmoralização do aquecimento global, das nevascas e do aumento do frio, da comprovação que o CO² quase não influi no clima , sempre aparece um bobalhão querendo travar o progresso. O Minc e a Marina continuam querendo dar nosso dinheiro para a inócua redução de CO² no resto do mundo e a transformar nossas áreas agrícolas em inútil vegetação nativa. Quanto as tragédias em Angra e as causadas pelas inundações, da parte deles nenhum gesto de simpatia e muito menos de ajuda. Daqui a pouco aparecerão para botar a culpa no duvidoso aquecimento global.

A parte falsa da crise

Não acredite, sem analisar, em tudo que é escrito. Como se não bastasse a tensão da crise real, há uma falsa em torno da compra dos caças. A FAB, ao dizer qual acha melhor para o combate, tem consciência dos vetos norte-americanos ao uso soberano de sua tecnologia, mesmo que parcial em uma aeronave

Verbas

O MST já recebeu 160 milhões do Governo. Isso é a metade da verba que o Exército vai receber em 2010. Sem mais nenhum comentário.

Que Deus guarde a todos vocês

Fonte: Site “Defesa.@Net”

domingo, 10 de janeiro de 2010

A GUERRA DO PARAGUAI: UM LABORATÓRIO DE DOUTRINA MILITAR PARA O MERCOSUL, A SER EXPLORADO

(Do Jornal Sul de Minas)

Sábado, 09 de janeiro de 2010

Academia História Militar

Querido leitor, após um período animado de festividades natalinas e de ano novo, voltamos com ares renovados para mais um ano de bons artigos sobre história militar e outros. Esperamos que 2010 Deus em sua infinita bondade possa iluminar cada um no incentivo ao um mundo melhor. Nesse ano temos uma nova página para melhorar e difundir nossos pontos de vista, sempre norteado pelo lema do 4º BE Cmb “tudo que deve ser feito merece ser bem feito!”.

Como forma de comemorarmos no dia 2 de janeiro de 1865 o aniversário da Tomada de Paissandu, durante a Guerra do Paraguai, neste ano de 2010 iremos abordar diversos aspectos da citada Guerra.. A tomada de Paissandu tinha como objetivo derrubar o ditador uruguaio Atanasio Cruz Aguirre (1804-1875). Eleito em 1864, Aguirre chefiava um governo de nacionalismo extremado, o que provocou seguidas agressões e invasões de terras dos cerca de 40 mil brasileiros que viviam em território uruguaio. Apoiadas por forças leais ao general uruguaio Venâncio Flores, opositor de Aguirre, as tropas brasileiras conquistaram a cidade de Paissandu e depois rumaram para Montevidéu, obrigando Aguirre a se refugiar no Paraguai, onde pediu apoio a outro ditador: Francisco Solano Lopez (1827-1870). A invasão era o pretexto que o paraguaio esperava para lançar seu exército contra o Brasil. A Guerra do Paraguai se anunciava. Logo nos primeiros lances do conflito, Marcílio Dias teve seu segundo – e derradeiro – momento de glória: a batalha naval do Rio Riachuelo. Ao vencê-la, em 11 de junho de 1865, a Marinha brasileira e seus aliados conseguiram controlar os rios da bacia platina e evitar o avanço paraguaio. Marcílio Dias tombou no campo, ou melhor, no convés de batalha, mas ajudou a definir o rumo da guerra: desfalcados em suas forças navais, até o fim do conflito os paraguaios agiriam sempre na defensiva.

De 1865 a 1870, a Bacia do Rio da Prata foi cenário do maior conflito entre nações das Américas - a Guerra do Paraguai. Ela envolveu de um lado o Brasil, a Argentina e o Uruguai, que formaram a Tríplice Aliança contra o Paraguai. Seu início teve lugar logo depois de término da Guerra de Secessão nos EUA; conflito interno entre o Norte industrial e o Sul agropecuário e escravista daquele país. A Guerra de Secessão a qual considero o primeiro grande conflito da Era Industrial. Conflito que foi o prenúncio da Guerra Total. Nele, com o apoio na máquina a vapor que tornou possível a produção, em série, de munições e armamentos que aumentaram consideravelmente a densidade de fogo na superfície do campo de batalha. Isto obrigou o combatente, para sobreviver, a enterrar-se no terreno á procura dos abrigos, mais conhecidos por trincheiras - marca registrada da I Guerra Mundial em sua primeira fase.

A Guerra de Secessão, com a qual a Guerra do Paraguai apresenta muitas semelhanças e recebeu fortes influências, somente foi estudada criticamente, á luz dos fundamentos da Arte de Guerra, entre as duas últimas Grandes Guerras.

Os chefes, pensadores, planejadores e historiadores militares norte-americanos lamentaram profundamente o atraso do estudo, em razão dos valiosos ensinamentos que ela sugeria e que poderiam ter sido incorporados à Doutrina Militar do Exército dos EUA na I Guerra Mundial. E, mais eles se conscientizaram da importância do conflito no contexto da Doutrina Militar Mundial.

4º BE Cmb
1910- 2010 – 100 anos
Fonte: http://www.revistadehistoria.com.br e artigo sobre a Guerra do Paraguai do Coronel Cláudio Moreira Bento
Michel Dias Rosa – Historiador Militar
Delegado Regional

sábado, 9 de janeiro de 2010

Para Planalto, compra de aviões de caça Rafale é questão fechada







O governo Luiz Inácio Lula da Silva decidiu que o caça Rafale-C, da companhia francesa Dassault, se encaixa em um projeto maior de defesa e, portanto, deve ser o escolhido do programa F-X2, para aquisição de 36 aviões para a aviação de combate. A palavra final depende dos últimos acertos sobre o preço desse lote, estimado em R$ 10 bilhões.

Com base nessa escolha já consolidada, o Palácio do Planalto decidiu descartar qualquer referência favorável aos outros dois caças concorrentes - da americana Boeing e da sueca Saab - que constar do segundo relatório do Comando da Aeronáutica, entregue na quarta-feira ao ministro da Defesa, Nelson Jobim. O documento não estabelece ordem de preferência.

Segundo um colaborador direto do presidente Lula, o F-X2 está inserido em um projeto mais amplo do governo para a área de defesa, que contempla a padronização de toda a frota de caças do País, inclusive uma versão embarcada para guarnecer um futuro porta-aviões a ser construído em parceria com a França। O pacote que começa com 36 unidades envolverá a compra de um total de 120 caças. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.



Agencia Estado - 9/01/2010 09:20