quarta-feira, 29 de abril de 2009

Instituições devem reconhecer a importância do exército

Portal ALMS

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Jerson Domingos destacou a importância do Exército Brasileiro e lembrou da própria infância durante o discurso na sessão solene de entrega dos títulos de cidadão sul-mato-grossense aos generais de exército Enzo Martins Peri e Rui Alves Catão.

Jerson lembrou de quando menino acompanhava o desfile militar pela 14 de julho e como se emocionava ao ouvir a Canção do Expedicionário. O deputado frisou a inteligência, o alto grau de civismo, a competência e a disponibilidade de sevir que caracterizam os dois militares homenageados.

Ainda durante o discurso, o presidente da Assembleia lembrou do sacrifício de Antônio João na defesa do Forte de Dourados e do contigente militar que defendeu o Forte Coimbra durante a Guerra da Tríplice Aliança.

Jerson Domingos disse também que em tempos de paz, as tropas do exército são empregadas na defesa da faixa de fronteira para levar alimentos e serviços médicos a regiões de difícil acesso, além de cooperarem nas campanhas de vacinação, nas eleições e em pesquisas científicas.

O deputado também fez questão de destacar a importante formação educadora promovida pelo Colégio Militar e demais centros de ensino mantidos pela força, além da condecoração recebida pelo batalhão formado em Mato Grosso do Sul pelos serviços prestados no Haiti.

"Nosso exército não se serve da mídia para fazer propaganda de sua ações e, talvez por esse motivo, é muitas vezes incompreendido e julgado com severidade por aqueles que não conhecem seu trabalho, mas nossas instituições têm por dever e obrigação reconhecer que sem esse trabalho elas nem mesmo existiriam", ponderou Jerson Domingos.

A solenidade de entrega dos títulos de cidadania contou com a presença de diversas autoridades civis e militares, entre elas o Ministro da Defesa, Nelson Jobim; o general Darke Nunes Figueiredo, chefe do Estado Maior do Exército; o secretário de Segurança Pública, Wantuir Francisco Jacini; o presidente do Tribunal de Justiça de MS, desembergador Elpídio Helvécio Chaves; e os deputados Ary Rigo (PDT), Antônio Braga (PDT), Dione Hashioka (PSDB), Youssif Domingos (PMDB), Zé Teixeira (DEM), Onevan de Matos (PDT), Pedro Teruel (PT), Akira Otsubo (PMDB), Coronel Ivan (PDT), Diogo Tita (PMDB) e Amarildo Cruz (PT).

segunda-feira, 27 de abril de 2009

André e ministro da Defesa vão à troca de comando no CMO

O governador André Puccinelli (PMDB) participa nesta terça-feira, a partir das 10h, da solenidade de passagem de comando do Exército no Estado.

O general Rui Alves Catão transmite o cargo para o também general Renato Joaquim Ferrarezi. Estarão presentes na cerimônia o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o comandante do Exército Brasileiro, general Enzo Martins Peri.

À frente do CMO(Comando Militar D'Oeste) desde 15 de fevereiro de 2008, Catão será transferido para o Rio de Janeiro, onde assume o Comando Militar do Leste.

Já o general Ferrarezi, que passará a comandar o CMO a partir desta terça-feira, exercia o cargo de vice-chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia, sediado em Brasília (DF).

CG News

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Obama abre espaço para punir tortura na era Bush (Manchete de O Globo)

Presidente propõe que comissão independente investigue ação antiterrorista

O presidente dos EUA, Barack Obama, abriu ontem caminho para que sejam julgados os funcionários do governo Bush que legalizaram a prática de tortura contra suspeitos de terrorismo.

Pressionado por grupos de defesa dos direitos humanos e pelo próprio Partido Democrata, Obama sugeriu a criação de uma comissão independente para investigar a ação dos formuladores das decisões legais que Justificaram "métodos cruéis de Interrogatório".

Foi o caso, por exemplo, dos advogados que trabalhavam sob o comando do então procurador-geral de Justiça Alberto Gonzales.

O presidente disse que os memorandos do Escritório de Aconselhamento Legal mostram que os EUA estavam perdendo seu "senso de orientação moral". (págs. 1 e 23)

sábado, 18 de abril de 2009

Haiti: Militares da Força de Paz treinam em Aquidauana

De 13 de abril a 9 de maio, militares que vão integrar a Força de Paz no Haiti estarão realizando treinamento intensivo nos municípios de Aquidauana e Anastácio. Essa preparação tem o objetivo de adestrar a tropa para eventuais confrontos, já que eles embarcam na metade do ano para a América Central, onde vão integrar a missão de paz das Nações Unidas para a estabilização do Haiti.

Segundo o comandante do 9º Batalhão de Engenharia e Combate, Abílio Sizino de Lima Filho, haverá Posto de Bloqueio de Controle de Tráfego, controle de distúrbios, patrulhas a pé e motorizadas, simulações programadas de possíveis situações que ocorram no Haiti, inclusive com militares atuando à paisana, representando a força adversária.

Ainda segundo Sizino, essas atividades devem interferir minimamente no cotidiano da cidade, como a que ocorreu em 2005, seguindo normas rígidas de segurança e urbanidade com a população.

As armas, segundo o comandante, só vão utilizar cartuchos de festim – tiro simulado –, não oferecendo qualquer perigo à população. "As armas e munições são minuciosamente preparadas, seguindo rígidas normas de segurança e manuseio", informou

Fonte: FM PAN

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Dia da Arma de Engenharia é celebrado em Aquidauana (MS)

Clique no LINK seguinte para ler a notícia:

http://www.anastacionoticias.com.br/index.php?pagina=noticias-ver&codigo_noticia=16444

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Aquidauana poderá ter Museu da Retirada da Laguna

FM PAM - Alex Mello

O prefeito Fauzi Suleiman (PMDB) iniciou a semana com uma concorrida agenda em Campo Grande. Acompanhado do gerente de governo Marcus Chebel, o chefe do executivo participou de uma reunião, nesta segunda-feira, na Fundação de Cultura, cujo tema principal foi o projeto da construção de um Museu da Retirada da Laguna, que terá características inovadoras. A obra será em céu aberto e poderá ser construída nas proximidades do Porto Canuto.

“Atingimos o clímax. Agora passamos da fase da sensibilização para a realização, pois temos o apoio de quatro ministérios, senado, exército, UFMS e governo, além da assembléia e municípios”, explicou o professor - doutor da UFMS Gilson Rodolfo Martins, com relação as parcerias conquistadas para o projeto.

À reunião compareceram prefeitos, autoridades militares, vereadores, secretários, o deputado estadual Reinaldo Azambuja, o presidente da Fundação de Cultura Américo Calheiros e a senadora Marisa Serrano. Presente também Maria Margareth Escobar Ribas Lima, superintendente regional 18ª Sr/Iphan, responsável pelo convite ao prefeito Fauzi.

A construção do museu atenderia as perspectivas do projeto “Identificação e Proteção da Paisagem Cultural da Guerra do Paraguai”, que visa resgatar a história desta Guerra que teve como cenário nossa região. O prefeito de Aquidauana, Fauzi aproveitou a ocasião e se pronunciou pedindo que os índios da região sejam inseridos na discussão. “Que nesse roteiro não se esqueçam da participação dos indígenas de Aquidauana, convidem eles para debaterem com vocês”.

A senadora Marisa ao se pronunciar ressaltou a importância de se fazer bons projetos e comentou: “Vai ser o grande projeto do governo”, falando da construção do Museu. A senadora observou também que Aquidauana e Anastácio estão em uma posição estratégica.

Américo Calheiros citou o pronunciamento de Fauzi, dizendo que o prefeito foi feliz ao falar do importante papel dos índios, e finalizou agradecendo a presença da senadora Marisa, que mesmo se recuperando de uma cirurgia no joelho compareceu a reunião. “Preocupada com a cultura ela fez questão de estar aqui. Obrigado pelo esforço”.

Agência de Comunicação Social

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Jobim define prioridades para as Forças Armadas

Com R$ 2,7 bilhões contingenciados em razão da crise, o Ministério da Defesa terá de redefinir prioridades para o reaparelhamento das Forças Armadas.

Durante o seminário "Estratégia de Defesa Nacional e a Indústria Brasileira", organizado pelo Valor e a Comissão de Relações Exteriores e Defesa da Câmara, o ministro Nelson Jobim adiantou três áreas que não sofrerão cortes: as aquisições de helicópteros e submarinos convencionais franceses (por serem acordos internacionais), o desenvolvimento do primeiro submarino nuclear brasileiro e a ampliação dos pelotões de fronteira.

A concorrência para a compra de novos caças também não deve ser afetada.

(Valor Econômico - págs. 1 e A2)

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Ditadura: Governo brasileiro faz pedido oficial de desculpas ao ex-governador Miguel Arraes, falecido em 2005, 45 anos depois do golpe que o depôs

Jornal do Commercio

Ditadura

Governo brasileiro faz pedido oficial de desculpas ao ex-governador Miguel Arraes, falecido em 2005, 45 anos depois do golpe que o depôs do Palácio das Princesas


Na passagem dos 45 anos do Golpe militar de 1964, ontem, o dia foi dedicado no Recife a várias homenagens às vítimas da ditadura. A principal delas foi para o ex-governador Miguel Arraes (morto em 2005), no Palácio do Campo das Princesas. Para marcar sua deposição pelos militares, o governador Eduardo Campos (PSB), neto de Arraes, e o ministro da Justiça, Tarso Genro, descerraram uma placa, no rol de entrada do Palácio, alusiva à resistência de Arraes ao golpe.

Numa reparação histórica, a placa cita a recusa dele em renunciar ao cargo, como exigiam os militares, o que culminou com sua prisão e posterior exílio. A viúva, Madalena Arraes, também recebeu de Tarso Genro uma portaria do Ministério da Justiça reconhecendo Arraes como anistiado político. A homenagem foi marcada pela forte emoção de familiares e admiradores do ex-governador.(pág.1)Ditadura
Governo brasileiro faz pedido oficial de desculpas ao ex-governador, falecido em 2005, 45 anos depois do golpe que o depôs do Palácio das Princesas

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Terça-feira, 17 de Fevereiro de 2009
Uma entrevista devastadora (Sebastião Nery)

No Dia 1º de abril de 1964, enquanto o coronel João Dutra de Castilho depunha e prendia o governador de Pernambuco Miguel Arraes no Palácio das Princesas, entrava na Faculdade de Direito da Universidade Católica de Pernambuco Jarbas de Andrade Vasconcelos, nascido em 23 de agosto de 1942, em Vicência, zona da mata, já em Recife desde os 7 anos.

No dia 13 de dezembro de 1968, quando a ditadura militar dava mais um golpe dentro do golpe, com o AI-5, e Arraes, lá na Argélia, via seu exílio prorrogado sem data para acabar, Jarbas Vasconcelos se formava em Direito. Mas já estava havia muito tempo brigando para Arraes voltar.

Em 1966, o MDB nasceu em Pernambuco nas mãos do professor Pinto Ferreira. Jarbas entrou no partido com Oswaldo Lima Filho, Marcos Freire, Egídio Ferreira Lima, Fernando Lyra, Sérgio Murilo, Thales Ramalho, Fernando Coelho, Marcus Cunha.

Na página de filiação do MDB, que Jarbas assinou, estão Odigas Carvalho (assassinado pelos militares), Roberto Freire (deputado, presidente do PPS), Cristovam Buarque (senador, ex-governador de Brasília, PDT).
Jarbas

A partir daí, a vida de Jarbas foi a vida do MDB. Saiu pelo estado criando diretórios. Em novembro, o partido, ainda fraco, lançou Armando Monteiro Filho para o Senado, contra João Cleófas, da Arena, e perdeu. Em 69, Jarbas era secretário-geral do MDB, até 75, quando se tornou presidente, e continuou presidente do PMDB, de 80 a 82.

Em 70, Jarbas elegeu-se deputado estadual e líder da oposição na Assembléia. Marcos Freire foi o mais votado do Estado para a Câmara Federal: 56.967 votos. Em 74, Marcos Freire derrotou João Cleófas para senador e Jarbas, principal operário da oposição em Pernambuco, com 32 anos, era o deputado federal com mais votos na história do estado: 67.975. Marco Maciel, da Arena, 55.692. Ricardo Fiúza, da Arena, 54.144. Fernando Lyra, do MDB, 53.238; Carlos Wilson, da Arena, 52.318. Thales Ramalho, do MDB, 38.469. Inocêncio de Oliveira, da Arena, 31.789.

Foram "As 16 derrotas que abalaram o Brasil" (título de meu livro de 1974) e que começaram a mandar a ditadura de volta para os quartéis.
Aarraes

Em 78, Jarbas foi o candidato do MDB a senador. Teve 600 mil votos, Nilo Coelho, 350 mil e Cid Sampaio, 300 mil, pela Arena. O senador foi Nilo, pela soma das sublegendas. (O pai de Jarbas morreu na apuração.)

Em 82, Jarbas apoiou Marcos Freire para governador pelo PMDB, que perdeu para Roberto Magalhães do PFL. E voltou à Câmara Federal. Em 85, elegeu-se prefeito de Recife pelo PMDB, contra Sérgio Murilo do PDS. Em 86, apoiou Arraes, que se elegeu governador pelo PMDB.

Em 90, Jarbas era o candidato do PMDB a governador e Arraes a senador. Chapa imbatível. Mas Arraes entregou o governo ao vice Carlos Wilson, saiu do PMDB, foi para o PSB, não aceitou disputar o Senado, fez uma chapa de candidato a federal, encabeçada por ele, dividiu o horário de televisão com o PMDB, teve 300 mil votos e elegeu mais quatro.

E assim Arraes derrotou Jarbas, que perdeu o governo para Joaquim Francisco, do PFL. Em 98, Jarbas deu o troco: elegeu-se governador pelo PMDB contra Arraes do PSB, por mais de 1 milhão de votos, logo no primeiro turno. Uma vitória esmagadora: 64,39%.
Sarney

Ninguém, portanto, tem mais autoridade para falar em PMDB do que o senador do PMDB de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos. Como ele, só Pedro Simon do Rio Grande do Sul, Orestes Quercia de São Paulo, Paes de Andrade do Ceará, fundadores do MDB em 1966, que continuam até hoje no PMDB. Daí a repercussão nacional da devastadora entrevista do senador Jarbas Vasconcelos nas "Páginas Amarelas" da "Veja" desta semana:

1 - "A eleição do senador Sarney para a presidência do Senado é um completo retrocesso. Foi um processo tortuoso e constrangedor. Sarney apareceu como candidato, sem nenhum compromisso ético. A moralização e a renovação são incompatíveis com a figura do senador. Sarney vai transformar o Senado em um grande Maranhão".
PMDB

2 - "O PMDB quer cargos para fazer negócios, ganhar comissões. Alguns ainda buscam o prestígio político. Mas a maioria se especializou nessas coisas pelas quais os governos são denunciados. A corrupção está impregnada em todos os partidos. Boa parte do PMDB quer é corrupção".

3 - "Daqui a dois anos, o PMDB será ocupante do palácio do Planalto, com Dilma ou com Serra. O PMDB vai se dividir. A parte majoritária ficará com o governo, já que está mamando. E uma parte minoritária, mas significativa, irá para a candidatura de Serra".
Lula

4 - "Com o desenrolar do primeiro mandato de Lula, com os sucessivos escândalos, percebi que Lula não tinha nenhum compromisso com reformas ou com ética. Quando o PT deixou cair a máscara, abriu a porta para a corrupção. Deixou a ética de lado e agora tem como bandeira o PAC, um amontoado de projetos velhos reunidos em um pacote eleitoreiro. O Bolsa Família é o maior programa oficial de compra de votos do mundo".

5 - "A Dilma é prepotente e autoritária e está se moldando. Acredito muito em Serra e me empenharei em sua candidatura à Presidência".

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Coisas da Política - A longa noite da República (Mauro Santayana - Jornal do Brasil)

Hoje (não ontem) o golpe militar de 1964 faz 45 anos. Foi na primeira madrugada de abril que o presidente do Congresso declarou vaga a Presidência da República, com Jango em território nacional. A ditadura foi longa, perversa e sangrenta mentira, que prometia a ordem democrática e trouxe a tortura, os assassinatos, o medo e a corrupção. A mentira no poder por mais de duas décadas tornou-se uma vacina política. É quase impossível que haja outro golpe militar em nosso país.

A República fora uma aspiração civil a partir da Inconfidência Mineira, mas não seria proclamada em 1889 sem os militares. A Guerra do Paraguai e o Abolicionismo haviam reunido, em 1870, na mesma causa antimonárquica, paisanos e fardados. Até o golpe de 64, o poder de fato sobre a República foi disputado pelos bacharéis e militares. Depois de Deodoro e Floriano, os civis se revezaram na Presidência, sempre sob a pressão militar, até 1910, quando exerceram a Presidência com o marechal Hermes da Fonseca. No quatriênio seguinte, o mineiro Wenceslau Braz iniciou o processo de afirmação civil, que a morte de Pinheiro Machado, em 1915, facilitaria. Como assinalam historiadores do período, os levantes militares, pouco ou nada tinham de ideológicos. Foram, a partir de 22, manifestações corporativas contra a predominância do poder civil, que a eleição de Arthur Bernardes iria consolidar. O corporativismo é infecção crônica no Brasil. O pretexto para o levante dos 18 do Forte de Copacabana, foram cartas falsas, atribuídas a Bernardes, nas quais o marechal Hermes era chamado de "Sargentão".

Os tenentes só viriam a ter visão social do Brasil com a Coluna Prestes. Essa visão inverteria a razão dos tenentes de 22, levando-os à posição de esquerda da Aliança Liberal no movimento de 30. Os tenentes queriam o poder, certos de que só a força resolveria a questão social. Assim surgiu o movimento de 1935, que foi tipicamente militar, embora se identificasse com reduzido grupo de civis de esquerda. Frustrada a rebelião, continuou a tensão entre militares e políticos do Estado Novo, que só se entendiam no campo da direita mais reacionária. Continuou em 1945, com o putsch de 29 de outubro, contra Vargas, amainou-se no governo híbrido e chocho do marechal Dutra e se rearticulou contra o segundo governo de Vargas, levando-o ao suicídio em 54.

O setor legalista dos militares, nascido da II Guerra Mundial, conteve os golpistas em 11 de novembro de 55, assegurando a posse de Juscelino em janeiro do ano seguinte. O mineiro conseguiu driblar as tentativas golpistas de Jacareacanga e Aragarças, e entregou, sem tropeços maiores, o poder a seu sucessor. Depois da renúncia de Jânio, os militares voltaram a articular-se, para tentar impedir à aliança PT–PSD (nascida do varguismo) de exercer o governo com Jango. Ao assumir diretamente o governo, o que não faziam, de forma explícita, desde a eleição de Prudente de Moraes (Hermes governara sob forte influência civil), os militares levaram quase 20 anos para descobrir que a realidade não lhes permitia continuar no poder.

O fim do regime de exceção, em 1985, não foi o fim do entulho autoritário. O STF julga, hoje, a constitucionalidade ou não de uma lei da ditadura, de 1967, que limitou a liberdade profissional, intelectual e política dos cidadãos, exigindo dos novos jornalistas licença universitária. Para o nosso constrangimento, isso se fez a pedido de jornalistas, que fechavam os olhos à censura e à perseguição a seus colegas, em troca de falso status social, e do "fechamento" do ingresso na categoria aos pobres, em benefício da classe média.

Fora o argumento de que a liberdade de expressão, por todos os meios, é o mais exigido dos direitos humanos, cabe a indagação lógica, se o jornalismo é técnica ou manifestação ética e política. Na experiência de 57 anos de trabalho, estou certo de que o jornalismo é tanto mais autêntico quanto mais distanciado for dos esquemas técnicos, e mais próximo estiver do compromisso ético, só assumido nos embates do cotidiano. Para o resto, basta conhecer a língua pátria, que muitos professores de jornalismo – e seus discípulos – desconhecem. Poderão objetar que minha posição se deve ao fato de ser autodidata, como tantos outros de minha geração.

É uma opinião respeitável.