sábado, 16 de fevereiro de 2008

Marinha americana deu força ao golpe - Operação Brother Sam (Franklin Martins - Conexão Política)



31.03.1964


Os sete comunicados abaixo representam apenas uma parte da documentação secreta da Operação “Brother Sam”, levada a cabo pela Marinha dos Estados Unidos, em apoio aos chefes militares brasileiros que derrubaram o governo constitucional de João Goulart. Às vésperas do golpe, uma força-tarefa, encabeçada por um porta-aviões, recebeu ordens de se dirigir para as proximidades do porto de Santos e aguardar novas determinações. Temia o governo norte-americano que o esquema militar fiel a Jango resistisse ao golpe e queria estar preparado para intervir nos acontecimentos. Como não houve resistência, a 3 de abril, dois dias depois da vitória do golpe, os navios americanos receberam ordens para deixar o teatro de operações. Os comunicados abaixo vieram a público 25 anos mais tarde.

1
Comunicado do Vice-Diretor de Operações da Marinha dos Estados Unidos, aos chefes do Estado-Maior Conjunto, sobre o deslocamento de força-tarefa para o Atlântico Sul (31 mar. 1964)
Chefes do Estado-Maior Conjunto
Prioridade: Imediata
Distribuição limitada
Para: CINCLANT, USCINCSO, CINCSTRIKE
Ultra-secreto
Assunto: Deslocamento força-tarefa de porta-aviões
Refs.: Plano de emergência da USCINCSO
1. Enviar CVA e força-tarefa de apoio logo que possível. Destino inicial: área oceânica nas vizinhanças de Santos, Brasil. A finalidade da força-tarefa de porta-aviões é manter presença norte-americana nesta área quando ordenado, e estar preparada para cumprir missões que venham a ser ordenadas. Seguem instruções adicionais.
2. Enviar as forças de reabastecimento que forem necessárias.
3. Até segunda ordem, manter em sigilo o destino deste deslocamento. As informações relativas a esses deslocamentos serão distribuídas posteriormente.
4. Solicita-se relatório de situação sobre o progresso da missão. GP-3.
31 de março de 1964 - 13h50min.
John L. Chew, Contra-Almirante, USN
Vice-Diretor de Operações
Preparado por: Capitão H. B. Stark, USN
Distribuição regular: JCS, e mais: Casa Branca; Dep. de Estado; OSD (ISA); OSD (PA); CIA.


Comunicado do Vice-Diretor de Operações da Força Aérea americana, aos chefes do Estado-Maior Conjunto, sobre a distribuição de mensagens relacionadas com o Brasil (31 mar. 1964)
Chefes do Estado-Maior Conjunto
Prioridade
Para: USCINCSO, CINCLANT, CINCSTRIKE
Distribuição limitada
Exclusivo: JCS
Inform.: Dep. Estado, Casa Branca, CIA, OSD, CSAF, CSA, CNO, NSA, Comats.
Ultra-secreto
O planejamento e ações militares relacionadas com a situação no Brasil devem ser tratados dentro de maior sigilo. Contudo, a fim de apressar divulgação para as agências interessadas em Washington e eliminar a necessidade de reendereçamento elétrico, solicita-se a inclusão do Departamento de Estado, Casa Branca, CIA e OSD, numa base de distribuição limitada, como destinatários de mensagens importantes relacionadas com esta situação. GP-4.
Abril de 1964.
Paul W. Tibbets, Jr., General-de-Brigada da USAF
Vice-Diretor para NMCS, Diretoria de Operações
DTG 312217Z março
Preparado por: General Tibbets, Jr.

Comunicado do Comandante-Chefe da Esquadra do Atlântico sobre ordem de operação nas costas brasileiras ao sul (31 mar. 1964)
Chefes do Estado-Maior Conjunto
Prioridade: Imediata
0 312250Z
De. CINCLANTFLT
Para. RUECBAL/COMSECONDFLT
Distribuição limitada
RUCKCR/COMSERVLANT
Inform.: RUEKDA/JCS, RUEKDL/CINCSTRIKE, RUCKCR/COM-CRUDESLANT, ZEN/CINCLANT, RUECW/CNO, RUCKCR/COMNAVAIR-LANT, RULPC/USCINSO, RUCKCR/COMSOLANT
Ultra-secreto
A. CINCLANTFLT 312046Z NOTAL
Esta é uma ordem de operação CINCLANTFLT 26-64
A ser rigorosamente cumprida.
1. Situação. CINCLANT ordenou a CINCLANT despachar uma força-tarefa com porta-aviões rápido e o necessário apoio a operações no Oceano Atlântico Sul.
2. Missão. Realizar operações de força-tarefa ao sul do Oceano Atlântico, a fim de manter presença norte-americana nesta área quando ordenado a cumprir missões adicionais que venham a ser determinadas.
3. Execução.
A. COMSECONDFLT
(1) Formar, designar e distribuir na área oceânica nas vizinhanças de Santos, Brasil, uma força-tarefa com porta-aviões rápido, composta de COMCARDIV 4 em Forrestal (CVA 59), com Leahy (DLG 16) e COMDESDIV 262, no Barney (DDG 6), partindo de Norfolk, Virgínia, aproximadamente a 011200Z, para chegar às áreas cerca de 11 de abril.
(2) Grupo de apoio de helicópteros, composto de Turckee (AO147), COMDESDIV 162, No Ware (D865), Summer (DD692), Harwood (861) e W. C. Lawe (DD7630), para COMCARDIV 4, e distribuir para chegar à área aproximadamente a 14 de abril.
(3) COMCARDIV 4 deve estar preparado para manter presença norte-ame-ricana na área quando ordenado e cumprir missões adicionais que venham a ser determinadas.
(4) COMCARDIV 4 deve abastecer unidades durante a viagem em navios-tanque baseados nas Caraíbas, para que disponham de um máximo de combustível ao chegar à área.
(5) COMCARDIV 4 deve submeter relatórios de situação a partir de 1000Z diariamente e enquanto a situação o exigir.
B. COMSERVLANT
(1) Helicópteros de Turckee para COMSECONDFLT, para fins operacionais.
(2) Apoiar COMCARDIV 4 a caminho para área, conforme solicitado, com navios-tanque baseados nas Caraíbas.
(3) Preparar para fornecer apoio logístico de reforço conforme ordenado, inclusive AO, AE e AF.
X. Instruções de coordenação
(1) Esta ordem de operação entra em vigor para fins de planejamento quando for recebida e para execução a 011200Z aproximadamente. Permanecem em vigor até instruções posteriores.
(2) Manter sigilo do destino deste deslocamento. As informações serão distribuídas posteriormente.
(3) Completadas as operações, as forças de helicóptero retornarão ao controle de operações normal.
(4) Seguem instruções adicionais.
4. Administração e logística. IAW CINCLANTFLT, Ordem de Operação 1-63.
5. Comando e CIGNAL.
A. Comunicações IAW CINCLANTFLT COMMOPLAN
B. CINCLANTFLT no QG em Norfolk, Virgínia. GP-3
Ofício de Serviço TWC
312250Z março 64

4
Mensagem do Chefe do Estado-Maior da Força Aérea americana, aos chefes do Estado Maior Conjunto, sobre a designação do comandante da missão e o apoio para o plano de emergência para o Brasil (31 mar. 1964)
Chefes do Estado-Maior Conjunto
Prioridade
De: CSAF Washington, DC
Para: ZEN/MATS, ZEN/SAC, ZEN/TAC
Inform.: RUEDKA/JCS, ZEN/CSA, ZEN USCINCSO, ZEN/CINCLANT, RUECW/CNO, RUECYN/COMSTS, ZEN/EASTAF, ZEN/AFLC
Citar AFXDO 65611.
Ultra-secreto
Esta mensagem é dividida em duas partes.
Referência mensagem USAF - AFXOP 65569
Para MATS.
O Comandante do MATS deve designar o General-de-Divisão George S. Brown comandante da missão para o Projeto Brother Sam.
Para TAC.
TAC designará um comandante para missão subordinada responsável pelas operações de escolta caça/petroleiro em apoio do Projeto Brother Sam. Solicita-se avisar este comando do nome do oficial designado.
011644Z abril 64
Oficial de serviço: WU/JKD
Casa Branca, Washington
Mr. Bundy:
Este é um resumo do plano de emergência do CINCSO proposto para o Brasil.


5
Comunicado do comando das forças sediadas no Panamá com recomendações sobre as mudanças de ação da Operação Brother Sam e da força-tarefa (3 abr. 1964)
Chefes do Estado-Maior Conjunto
Prioridade
P 031724Z
Para: RUEKD/JCS
Distribuição limitada
Inform.: RUESAU/Embaixada Americana Rio de Janeiro
Ultra-secreto
Citar: SC2329EOA
As seguintes são as recomendações do USCINCSO relativas às mudanças de ação do projeto BROTHER SAM e força-tarefa com porta-aviões.
1. 110 toneladas de armas e munições continuarão retidas na Base McGuire, enquanto o Embaixador Gordon determina se as forças militares brasileiras ou as forças policiais do Estado necessitarão de um apoio americano antecipado.
2. TAC, SAC e MATS estão liberados do apoio de BROTHER SAM.
3. A força-tarefa com porta-aviões prosseguirá em direção ao Atlântico Sul até que o Embaixador declare que uma visita a portos brasileiros ou outras demonstrações americanas de poder naval são definitivamente desnecessárias.
4. Só deve ser mantida a parte do movimento político que o Embaixador considere essencial à situação atual. GP-4.
031724Z abril 64.
Oficial de serviço: WU/DRJ


6
Comunicados do Comandante da Esquadra do Atlântico sobre o cancelamento da Operação Brother Sam (3 abr. 1964)
Chefes do Estado-Maior Conjunto
Prioridade: Imediata
0 031750Z
De: CINCLANTFLT
Distribuição limitada
Para: RUECBAL/COMSECONDFLT, RUCKCR/COMSERVLANT
Inform.: RUCKCR/CTG 22.9, RUEKDA/JCS, RUEKDL/CINCSTRIKE, RUCKCR/COMCRUDESLANT, ZEN/CINCLANT, RUECW/CNO, RUCKCR/ COMNAVAIRLANT, RULPC/USCINCSO, RUCKCR/COMSOLANT
Ultra-secreto
Cancelamento Ordem de Operação 26-64 CINCLANT
A. CINCLANTFLT 312250Z MAR NOTAL
1. Cancele Ordem de Operação 26-64 CLF.
2. Essencial tomar todas as precauções para encobrir e dar recuo rápido em todas as operações. Ordene COMCARDIV 4 a completar reabastecimento de Kan-kakee, conforme programado, e depois dirigir-se à área de recuo rápido em grupo. Movimentos de Kankakee à discrição de COMSERVLANT.
3. Sugerir a COMCARDIV 4 fazer um ataque simbólico OPS 8 aproximadamente contra recuo rápido das forças para longe de MHC, simulando uma oposição imprevista e devolver unidades às operações normais. Leahy para se reunir a Quick Kick, como programado. Movimentos de COMCARDIV 4 à discrição de COMSECCONDFLT. GP-1.
031750Z abril 1964.
Oficial de Serviço: WU/JKD
* * *
Chefes do Estado-Maior Conjunto
Prioridade: Imediata
0 021722Z
De: USCINCSO
Para: RULPAK/COMUSARSO, RULBCR/COMUSNAVSO Citar: SC 23 14EO, RUEANF/COMUSAFSO, UULPPY/COMUSSCJTF
Inform.: RUEKDA/JCS
Distribuição limitada
RUEKDL/CINCSTRIKE
Ultra-secreto
USSOUTHCOM MSG SC2303EO DTG 011900 abril 1964.
Encerrar USSCJTF, Brasil, a partir de 022000Z abril 1964. GP-4.
Informar: CJCS DJS NMCC OSD DIA SACSA
021722Z abril 1964
Oficial de serviço: TWC

7
Comunicado do Diretor de Operações da Força Aérea americana para a retirada da força-tarefa com porta-aviões das águas oceânicas do Atlântico Sul (3 abr. 1964)
Chefes do Estado-Maior Conjunto
Prioridade: Imediata
Informação: Rotina
Para: CINCLANT
Inform.: USCINCSCO
Distribuição limitada
CINCSTRIKE, CSA, CNO, CSAF, CMC
Ultra-secreto
Assunto: Força-tarefa com porta-aviões
Refs.: A. JCS 5574, DTG/311907Z; B. JCS 5587, DTG 312217Z
1. A situação atual no Brasil não exigirá a presença da força-tarefa com porta-aviões em águas oceânicas ao sul do país, conforme ordenado na referência A.
2. Por conseguinte, as instruções contidas na referência A ficam a partir de agora canceladas. As forças envolvidas serão reenviadas às áreas que se achar conveniente.
3. Continuar observando a referência B, no que diz respeito ao sigilo envolvendo esta operação. GP-3.
3 de abril de 1964 - 11h30min.
F. T. Unger, General-de-Divisão USA
Diretor de Operações
DTG 031630Z abril 64.
Preparado por: Capitão H. B. Stark, USN
Instruções especiais: distribuição limitada JCS e mais: Casa Branca, Dep. de Estado, Secr. Defesa, ASD (ISA), CIA, NSA

http://www.franklinmartins.com.br/estacao_historia_artigo.php?titulo=marinha-americana-deu-forca-ao-golpe-operacao-brother-sam

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

FM PAM: Governador e prefeito acompanham troca de comando no CMO (Comando Militar do Oeste)


Sexta-feira, 15 de Fevereiro de 2008 | 10:44Hs

William Franco

O CMO (Comando Militar do Oeste) tem novo comandante a partir de hoje. O general José Carlos De Nardi, deixa o posto, que ocupava desde no dia 8 de fevereiro assumiu como titular da Secretaria de Logística, Mobilização, Ciência e Tecnologia do Ministério da Defesa. No lugar dele assume Rui Alves Catão, que atuava em Brasília como chefe do Departamento Geral de Pessoal (DGP) do Exército Brasileiro.

A troca no comando ocorre neste momento no quartel do CMO, na avenida Duque de CaxiasParticipam da cerimônia o governador André Puccinelli e o prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho, o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Wantuir Jacini, além do presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, desembargador João Carlos Brandes Garcia, do comandante do 6º Distrito Naval, contra-almirante José Moraes Sinval Reis e do comandante da Base Aérea de Campo Grande, coronel aviador Máximo Ballatore Holland.

Campograndenews

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

9° BE Cmb encerra projeto “Força no Esporte”
Quinta, 14 de Fevereiro de 2008 - 13:00 hs

Nesta terça-feira (13) ocorreu no 9° Batalhão de Engenharia de Combate a solenidade de encerramento de mais uma etapa do Projeto Básico 2007/2008 do Programa Força no Esporte (PROFESP), que teve início em 26/11. O evento foi prestigiado pelo comandante do Batalhão, tenente-coronel Abílio Sizino de Lima Filho, secretário de Ação Social de Aquidauana, Abraão Mataichi Izumi, e familiares de alunos.

Cerca de 100 crianças e adolescentes carentes, selecionados nas escolas de Aquidauana e Anastácio, participaram do programa, que teve como finalidade diminuir a situação de exclusão e risco social de forma direta e indireta; despertar o gosto pelo esporte; auxiliar nos processos de educação, saúde, conhecimento pessoal e social; desenvolver habilidades motoras aliadas ao equilíbrio emocional, civismo, disciplina, dedicação e ética.

O projeto foi ministrado por um professor de educação física de nível superior, dois estagiários e uma equipe do Batalhão.

Durante os três meses que participaram do projeto os alunos realizaram diversas atividades esportivas como vôlei, atletismo, basquete e futebol.

Eles tiveram ainda aulas de reforço escolar principalmente nas disciplinas de português e matemática.

Além de reforço alimentar, visitas e atividades socioculturais proporcionando cidadania.

» Imagens Relacionadas:

Fonte: Dany Silva

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

França está pronta para vender submarinos e aviões ao Brasil, diz Sarkozy

12/02/2008 - 18h41

da France Presse, na Guiana Francesa

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, disse nesta terça-feira a seu colega brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que a França deseja vender submarinos convencionais e aviões de combate ao Brasil.

Após se encontrar com Lula na Guiana Francesa, Sarkozy disse que o projeto fazia parte de uma "parceria global" com o Brasil, que não se limitava a negociações militares.

O líder francês disse que a França está pronta para transferir tecnologia para o Brasil, vendendo submarinos e aviões de combate para o gigante sul-americano. "Eu disse ao presidente Lula que nós estávamos prontos para construir um de nossos submarinos Scorpene no Brasil", afirmou ele.

O Scorpene é um modelo de submarino francês não-nuclear. "Estamos prontos para organizar tranferências de tecnologia para que helicópteros e aviões de combate, principalmente o Rafale, possam ser feitos no Brasil", afirmou Sarkozy.

Por sua vez, Lula reiterou para Sarkozy que o Brasil está disposto a ajudar em qualquer esforço humanitário direcionado à libertação dos 40 reféns das Farc, incluindo a política franco-colombiana Ingrid Betancourt.

"Qualquer coisa que possamos fazer deve ser feita com a aprovação do governo colombiano", disse Lula.

Os dois líders se encontraram em Saint-Georges, perto do rio Oiapoque, que marca a fronteira entre a Guiana Francesa e o norte do Brasil.



domingo, 10 de fevereiro de 2008

FM PAN: Cavalaria do exército comemora 20 anos hoje, nesta cidade



Sábado, 09 de Fevereiro de 2008 | 11:52Hs

William Franco

O 20° RCB (Regimento de Cavalaria Blindado) comemora hoje, 20 anos de inauguração. O evento será a partir das 10 horas, nas instalações do Regimento Cidade de Campo Grande localizado na Avenida Presidente Vargas, 2516, no bairro Santa Carmélia.
A programação inclui solenidade cívico-militar, demonstração do emprego de uma força-tarefa blindado e a realização de uma prova hípica de saltos. Todas as atividades serão abertas ao público.

20° RCB

Tradicionalmente conhecida pelo excelência e garbo de seus militares e de seus blindados, particularmente nos desfiles de aniversário da cidade e do Sete de Setembro o 20° RCB foi inaugurado em 1988.

O primeiro comandante do 20° RCB foi o então Coronel de Cavalaria Roberto Schifer Bernardi, que retornaria a Campo Grande, em 1999 como oficial-general, para comandar o Comando Militar do Oeste.

Hoje, o 20° RCB possui uma estrutura composta por dois Esquadrões de Carros de Combate, armamento principal da unidade, um Esquadrão de Fuzileiros Blindado e um Esquadrão de Comando e Apoio. Além disso, o Regimento é responsável pela formação dos oficiais temporários de Cavalaria no Centro-Oeste, por intermédio de seu NPOR (Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva) e pela formação básica de sargentos de carreira do Exército Brasileiro. (Com informações da assessoria de imprensa do 20° RCB)
fonte:midiamax

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Walmor e aqueles bons tempos da "Última Hora" (Aramis Millarch)


Publicado antei0rmente: 03/10/1986


Dois aspectos estão dando um diferencial na campanha de Walmor Weiss à Assembléia Legislativa. Em princípio, não aceita, em absoluto, a condição de vaca de presépio das imposições partidárias e embora tenha lealdade e coerência com o PMDB, mostra independência em sua campanha. Tanto é que não se dobrou às tentações de fazê-lo modificar sua mensagem no horário do TRE, na qual aborda a necessidade do legislativo ser renovado por candidatos que tragam novas propostas - fato que, naturalmente, irritou os caciques que há anos, buscam sempre reeleições - e pouco fazem no Poder.

Em segundo lugar, enquanto muitos candidatos destacam em seus (discutíveis) curriculuns, passagens pela luta (até armada) contra o regime militar - sem, aliás, provarem tal passado - Walmor Weiss não quis, demagogicamente, explorar aquilo que se pode chamar de "gigolatagem da contestação". E, se quisesse, Walmor teria muito a dizer, pois como sargento do Exército, em 1964, foi um dos primeiros militares presos políticos em Curitiba, foi processado e amargou mais de três anos de prisão. Ao ser libertado reiniciou sua vida, da forma modesta - inicialmente com uma tenda de frutas no bairro do Bacacheri, depois, com uma velha Kombi, credenciando-se no então nascente serviço de transportes de malotes da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.


xxx


A custa de muito trabalho, Walmor construiu uma empresa de transportes que hoje está entre as maiores do País, em sua especialidade - pequenos volumes e malotes. Consciente dos problemas da classe, começou a defender os interesses dos transportadores e acabou na presidência do Sindicato, e ganhando projeção nacional. Poderia se lançar candidato a deputado federal, já que suas propostas e preocupações abrangem inclusive o plano nacional, mas, dentro de uma coerência e para não se comprometer com grupos econômicos, preferiu fazer sua campanha exclusivamente com recursos próprios - ficando, assim, na esfera estadual.


xxx


Quando era diretor social do Clube dos Subtenentes e Sargentos do Exército, o início dos anos 60, o então jovem Walmor Weiss começou a estabelecer os primeiros contatos na área da comunicação e, em 1962, integrou-se a equipe do jornalista Mauro Ticianelli, hoje chefe da Sucursal de O Estado do Paraná em Londrina, que dinamizava, na edição paranaense de "Última Hora", a coluna "Luzes da Cidade", espaço que se abria para divulgar a sociedade e clubes de bairro, até então totalmente marginalizados da imprensa.

Na colaboração com o noticiário social, cresceu o interesse de Walmor pelo jornalismo e, nos inflamados meses de 1963, desenvolveu a convite do então diretor da Sucursal de UH no Paraná, Ary de Carvalho (hoje dono da "Última Hora" e "O Dia", no Rio de Janeiro; fundador e ex-proprietário de "Zero Hora", em Porto Alegre), a coluna "Plantão Militar". E foi justamente pela sua atividade na informação jornalística, cobrindo o setor militar - e em sua condição de sargento da ativa que, com o golpe de 1º de abril de 1964, que o levou à prisão.

Sem mágoas e rancor, Walmor sempre assumiu tudo que fez e até é grato pelo fato de ter sido preso há 22 anos passados. Pois, assim na vida civil, revelou-se um empresário capaz e que ultrapassando apenas aos interesses pessoais, se dispôs a desenvolver um trabalho em favor de seu Estado - o que o fez, agora, a se candidatar ao Legislativo, com amplas chances de ser um dos deputados mais votados.


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Ainda da nostalgia jornalística dos tempos da "Última Hora", cuja sucursal funcionava numa das lojas do edifício Asa - e que, num mínimo espaço físico, reunia uma geração inquieta e criativa da imprensa da época: quatro dos repórteres de setor que ali atuavam, são hoje candidatos nas eleições de 15 de novembro. Walmor Weiss disputa uma vaga na Assembléia Legislativa. Maurício Fruet, que era repórter esportivo (quando também trabalhava na Rádio Emissora Paranaense) busca sua reeleição à Câmara Federal. Enéas Faria e Walmor Marcelino, que eram repórteres do setor policial, são candidatos ao Senado pelo PMDB e Partido Socialista, respectivamente.

Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:



Veículo: Estado do Paraná

Caderno ou Suplemento: Almanaque

Coluna ou Seção: Tablóide

Página: 13

Data: 03/10/1986

http://www.millarch.org/ler.php?id=132

OS SOLDOS DOS MILITARES E A "REALIDADE DO MERCADO"

De: Pedro Porfírio
Para: Edson Nogueira Paim
Data: 07/02/08 23:17
Assunto: OS SOLDOS DOS MILITARES E A "REALIDADE DO MERCADO"


OS SOLDOS DOS MILITARES E A "REALIDADE DO MERCADO"

MINHA COLUNA NA TRIBUNA DA IMPRENSA DE 8 DE FEVEREIRO DE 2008


http://www.tribunadaimprensa.com.br/coluna.asp?coluna=porfirio

"Nós não temos a menor condição de decidir nenhum aumento de pessoal no momento em que eu tenho um desequilíbrio no Orçamento. Eu preciso primeiro resolver os problemas do Orçamento para depois tratar disso"
Paulo Bernardo, ministro do Planejamento.
Volto a insistir: a ninguém de boa fé é lícito embarcar nessa orquestrada desmotivação da atividade profissional dos militares. Mais do que qualquer outro país do nosso Continente, o Brasil precisa garantir-lhes o mínimo de condições de trabalho, porque, independente de qualquer sistema, de qualquer visão ideológica, as Forças Armadas sempre existirão como espinha dorsal da nacionalidade: elas atravessarão os anos e os séculos, indiferentes a eventuais (e inevitáveis) erros e desvios que alguns dos seus comandantes possam ensejar.
Nos dias de hoje, perder de vista o papel decisivo de um contingente militar remunerado dignamente é transformá-lo no maior exemplo das distorções salariais no quadro das atividades de Estado. Deixá-lo sem meios operacionais adequados é abrir um perigoso fosso na segurança nacional e estimular a consolidação do projeto de apropriação mansa e pacífica de nossas riquezas, através de ardilosas manobras, que vão desde a privatização de empresas estratégicas, como a Vale do Rio Doce, até o acintoso franqueamento da nossa Amazônia.
Outro dia, comparei os soldos das Forças Armadas, aos vencimentos dos policiais militares do Distrito Federal. Nessa aritmética, os integrantes das três armas já saem perdendo. A Polícia do DF, paga com recursos da União, é a massa militar melhor remunerada do país. No entanto, a remuneração baixa de um soldado do Exército é também inferior ao da PM alagoana, considerada a que paga os piores vencimentos: R$ 850,00 contra R$ 772,00 do soldado engajado.
Mas se você comparar o soldo de um oficial que passa 30 anos de dedicação exclusiva, sujeito a servir em qualquer parte do país, com um jovem magistrado, vai cair de costas.
Enquanto um oficial no topo da carreira não chega a R$ 14 mil, incluindo todas as vantagens como tempo de serviço e habilitação em cursos especializados, um jovem com três anos de diploma e menos de 30 anos de idade pode ingressar na magistratura com o vencimento inicial de R$ 20.900,00.

Diferenças humilhantes

Sobre as diferenças entre o que ganha a tropa e outros segmentos do Serviço Público, o general-de-divisão reformado Synésio Scofano Fernandes fez um meticuloso estudo comparativo, que, por si só, é um ingrediente explosivo na medida em que demonstra com números oficiais estarem os militares em piores condições remuneratórias, perdendo, inclusive, para a média dos servidores civis do Executivo, que padecem de um arrocho salarial impiedoso.
Seu relato, baseado no Boletim Estatístico de Pessoal do Governo Federal, mostra que a média de vencimentos totais entre militares é de R$ 3.047,00 (excluindo desse cálculo os recrutas, considerados efetivos variáveis, que ganham uma miséria).
Na sua comparação, esse vencimento médio perde de longe para o Ministério Público Federal, cuja média é 355,45% superior, para o Judiciário (306,95%), Banco Central (265.50%), Legislativo (256,15%), empresas públicas (120,31%) e servidores civis da administração direta (29,85%).
Difundido e reproduzido em dezenas de sites de acesso dos militares, esse documento faz comparações apenas no âmbito do Serviço Público Federal. Ele não considera remunerações fora da área do funcionalismo, como se só fosse possível apontar injustiças e incongruências entre os que recebem diretamente do erário. Como se a remuneração da área privada fosse dinheiro que caísse do céu.
Os militares nunca atentaram para os super-salários dos executivos das grandes multinacionais, inclusive das privatizadas e as concessionárias dos serviços públicos. Mas os números indicam uma distância humilhante entre o que é pago a um executivo, em média com 40 anos de idade, e um general de 4 estrelas, com mais de 30 anos de tropa. A existência desse mercado em ascensão tem levado muitos oficiais a abandonarem a farda e colocarem seus conhecimentos adquiridos nas escolas militares a serviço dessas empresas, muitas, como a Vale do Rio Doce, dedicadas a atividades sobre a exploração de áreas estratégicas.

"Pessoas jurídicas"

O "boom" dos salários dos executivos aconteceu após a farra das privatizações. Em maio de 2002, a revista VEJA publicou:
"A Perfil Consultores concluiu um estudo sobre a remuneração dos superexecutivos brasileiros. Foram pesquisados os salários nas empresas com faturamento anual acima de 1,5 bilhão de dólares. O trabalho mostra que os executivos conseguiram aumento no ano passado quase duas vezes maior que a inflação. Uma curiosidade: o mais bem pago do país levou para casa 3,3 milhões de reais em 2001".
Toda essa elite econômica costuma mascarar-se de "pessoa jurídica" individual para passar a perna no Imposto de Renda, o que nenhum militar ou funcionário público pode fazer. Daí a valorização recente dos contadores e profissionais da área financeira, que passaram a ser incluídos nas cúpulas das grandes empresas.
Segundo o professor Fábio Konder Comparato, da USP, "Mais da metade do PIB brasileiro não é contabilizada. São trilhões de reais sonegados por grandes empresas e corporações. Com um poder aquisitivo desses compra-se tudo, até a impunidade".
Mas a cabeça manipulada do cidadão comum, seja civil ou militar, não tem a menor idéia da concentração de renda, que faz com que 130 mil pessoas detenham metade do Produto Interno Bruto no Brasil, algo em torno de 1 trilhão de reais, segundo revelou o The Boston Consulting Group (BCG), no início de 2008, com números da Receita Federal.
Na análise comparativa dos soldos dos militares, não se pode omitir o quadro salarial como um todo. Um estudo do IPEA divulgado em outubro de 2007 conclui que a diferença entre o menor e o maior salário no Brasil é de 1.714 vezes, isso considerando a premissa de que o maior salário é de um Executivo da Região Sudeste, que ganha R$ 120.000,00 e o menor, o de um trabalhador do setor de serviços da mesma região, que receberia por mês bem menos do que o salário mínimo, isto é, não mais de R$ 70,00.
No setor público, a pesquisa oficial é também falha, pois trata tão somente dos vencimentos dos estatutários da administração direta, para encontrar R$ 28 mil como a maior remuneração, esquecendo de anotar os penduricalhos no Judiciário e no Legislativo, que podem dobrar esse valor, e os salários em estatais, fundações e no sistema "S", mantido pelo desconto na folha salarial dos trabalhadores.

Em tempo: dediquei todo o carnaval às pesquisas sobre a questão dos militares, preparando um trabalho com a minha visão e as minhas informações sobre todo o processo histórico que levou à situação atual. Ainda não acabei o texto, que já soma quase 47 mil caracteres, isto é, o equivalente a quase oito colunas na TRIBUNA. Tão logo conclua e ponha no blog, farei uma correspondência informando.
Pedro Porfírio

HORA DE CAIR NA REAL

Minha coluna no POVO DO RIO de 8 de fereiro de 2008

Agora que o carnaval passou, é de se perguntar quando é que o nosso povo vai cair na real. Isso mesmo: cair na real. Porque em matéria de fantasias, descontração e vocação festiva ninguém chega perto dos brasileiros.
Desculpe, não quero ser o estraga prazer. Mas, meu Deus, já pensou se aparece um maluco com a idéia de promover um carnaval a cada três meses? Esse lunático teria até como argumentar: afinal, esse corpo que dança e está à mostra, dos pés a cabeça, como nos tempos áureos de Adão e Eva, é um forte apelo turístico.
E não há uma indústria mais sintonizada com a natureza do brasileiro, especialmente dos moradores desta cidade que nessas horas parece maravilhosa.
Eu passei esses dias todos enfurnado numa pesquisa sobre salários dos militares e dos civis, esse drama todo que não é suficiente para conter 500 mil pessoas na Avenida Rio Branco, atrás do Cordão do Bola Preta, em plena manhã de sábado.
Estou realmente invocado com a concentração da grana na mão de uma ínfima minoria. Mas chegou a pensar que sou um "ET". Pelo som dos tamborins e as latas de cerveja espalhadas nas calçadas, fico a imaginar que ando com a idéia do personagem do "Alienista", a obra genial de Machado de Assis.
Você já parou para pensar? Então fica com essas informações: Um estudo do IPEA , órgão do governo federal, divulgado em outubro de 2007 conclui que a diferença entre o menor e o maior salário no Brasil é de 1.714 vezes, isso considerando a premissa de que o maior salário é de um Executivo da Região Sudeste, que ganha R$ 120.000,00 e o menor, o de um trabalhador do setor de serviços da mesma região, que receberia por mês bem menos do que o salário mínimo, isto é, não mais de R$ 70,00.
No setor público, a pesquisa oficial é também falha, pois trata tão somente dos vencimentos dos estatutários da administração direta, para encontrar R$ 28 mil como a maior remuneração, esquecendo de anotar os penduricalhos no Judiciário e no Legislativo, que podem dobrar esse valor, e os salários em estatais, fundações e no sistema "S", mantido pelo desconto na folha salarial dos trabalhadores.
Um outro relatório, divulgado no início deste ano pelo The Boston Consulting Group (BCG), com base em números da Receita Federal, revela que 130 mil pessoas têm metade do nosso Produto Interno Bruto (a soma de nossas riquezas) , algo em torno de 1 trilhão de reais.
Eu me toco com isso. Muitos que não sabem nem onde cair morro estão mais ligados na modelo que perdeu o tapa-sexo e no sarro que pode tirar no Bola Preta ou nos encantos da Beija Flor.
coluna@pedroporfirio.com

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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Cai principal base dos EUA (Tribuna da Imprensa há 40 anos)

(Manchete da TRIBUNA DA IMPRENSA de 7 de fevereiro de 1968)

Informe militar resumia, esta madrugada, a situação no Vietnã do Sul: Saigon parcialmente dominada pelo Vietcong, que controla o acesso ao aeroporto militar. Fogo de morteiros e foguetes castigam a base de Khe Sanh. A bandeira dos guerrilheiros ainda tremula em Hue. O Vietcong domina inteiramente a base de Dalat. Thua Thien cai em poder dos americanos. Kontum está parcialmente em poder dos guerrilheiros. Comandos vietcongs surgem por toda parte no delta do Mekong.

Costa acha que Petrópolis não deve entrar no listão da
segurança

Depois de assegurar aos membros daquela Associação petropolitana que a classificação de certos municípios como área de segurança nacional seria reexaminada sem qualquer caráter político ou eleitoral, mas atendendo, exclusivamente, às conveniências da segurança nacional, o marechal Costa e Silva agradeceu às manifestações de simpatia que, desde que chegou a Petrópolis, têm recebido das autoridades e do povo, dizendo que "se encontrava muito feliz em dirigir os destinos do País aquela cidade".

Emedebistas descontentes querem articular candidatura de
novo líder

Diante da insistência do deputado Salomão Filho em continuar à frente da liderança do MDB, na Assembléia da Guanabara, o grupo de deputados descontentes com a atuação do líder emedebista começou a articular a candidatura do deputado Alfredo Tranjan para competir com a do atual ocupante do posto. O nome do sr. Alfredo Trajan já tem a adesão de vários deputados governistas, uma vez que a sua candidatura não foi colocada em termos de oposição ao sr. Negrão de Lima, mas apenas visando à unidade, da bancada emedebista, devidida desde que o sr. Salomão Filho assumiu a sua liderança, pelas restrições que alguns fasem ao seu comportamento.

Pelé recebe espada

SÃO PAULO (Sucursal) - A chegada do Santos, na cidade praiana, foi bastante elegre, porém, longe de um autêntico Carnaval. E aquela euforia moderada era plenamente justificada pela falta de Nicolau Moran. O Santos levantou o Torneio Octogonal, que tomou o nome de Moran, trouxe um belo caneco, o primeiro título conquistado pelo futebol brasileiro após a Copa do Mundo. Povo é povo, e ele, não consegue refrear a sua alegria. E era o povo quem gritava: "Campeão, Campeão". Era plenamente justificável tal alegria. Porém, os jogadores só pensavam, em Moran, e procuraram fugir da movimentação indo logo para as suas casas.

http://www.tribuna.inf.br/anteriores/ontem/40anos.asp

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Sem Forças Armadas motivadas, o que será do Brasil? (Pedro Porfírio)

De: Pedro Porfírio
Para: Edson Nogueira Paim
Data: 31/01/08 23:12
Assunto: SEM AS FORÇAS ARMADAS MOTIVADAS O QUE SERÁ DO BRASIL?


SEM AS FORÇAS ARMADAS MOTIVADAS O QUE SERÁ DO BRASIL?

MINHA COLUNA NA TRIBUNA DA IMPRENSA DE 1 DE FEVEREIRO DE 2008


Sob a bandeira do ambientalismo, um número de ONGs que o governo brasileiro não contabiliza atua como instrumento político de governos e empresas na defesa de interesses políticos ou financeiros na Amazônia. A presença das Forças Armadas é a garantia institucional da defesa de nossa riqueza mais cobiçada.

http://www.tribunadaimprensa.com.br/coluna.asp?coluna=porfirio

"Ao contrário do que os brasileiros pensam, a Amazônia não é só deles, mas de todos nós."

Al Gore, ex-Vice Presidente americano, Premo Nobel da Paz de 2007 e grande estrela da mídia como "defensor do meio ambiente".

Ao debruçar-me com a devida responsabilidade sobre as políticas públicas para as Forças Armadas, não posso esconder minha perplexidade.

Você não tem uma idéia da sucessão de erros que projeta um buraco gigantesco num amanhã bem próximo. A permanecer a tendência atual, daqui a pouco não será fácil encontrar quem queira servir às Forças Armadas, tal a baixa competitividade dos seus vencimentos, em todos os escalões, e a falta de condições operacionais, fatores que afetam em cheio a dignidade de um segmento envolto numa mística e em compromissos que vão além da paixão e dos deveres profissionais.

Eu diria que essa coleção de equívocos e até de imprudentes solapamentos ganhou uma configuração mais nítida a partir da criação do Ministério da Defesa, segundo o modelo norte-americano, que acabou confiando o conjunto dos complexos assuntos militares a pessoas sem a necessária vivência dos mesmos, sem compreensão estratégica do papel militar e sem o conhecimento e cultura indispensáveis a respeito.

Um desastre após outro

O resultado dos últimos anos tem sido um desastre após outro, com a triste rotina de uma verdadeira queda de braços - humilhante porque, na hora de botar a boca no mundo, como é da essência da sociedade democrática, os militares precisam se valer de suas esposas, dos inativos ou recorrer a subterfúgios como doar sangue para expressar seu descontentamento.

Esse quadro deprimente produz um tipo de confronto silencioso, mas de ardilosa manipulação. Para qualquer um contingenciado pela disciplina, uma de suas místicas mais sagradas, toda essa indiferença à sua sorte tem conteúdo ideológico. É como se ele estivesse sofrendo a revanche de situações preteridas.

As aflições e os nervos à flor da pele engendram a idéia de que tudo não passa de uma conspiração de esquerda para reduzir a tropa a um estamento simbólico. Isso escamoteia a verdade "verdadeira". Está em prática uma "nova doutrina", alimentada pelas grandes multinacionais, especialmente os sistemas financeiros, a partir do fim da guerra fria e do fracasso dos beligerantes de ambos os lados, em face de fatores críticos novos e diferenciados, sobretudo pela mudança do viés da supranacionalidade e do avanço da tecnologia, com a superposição do segmento econômico de serviços sobre os industriais e agro-pastoris.

O Estado Mínimo

Para entender o que se passa em relação aos militares brasileiros, é preciso partir da análise do "Consenso de Washington" e de outras teses, que incluem a idéia do "Estado Mínimo", o fim das fronteiras nacionais e uma espécie de rearrumação do sistema de poder, que na prática já acontece com a interatividade internacional dos investimentos especulativos. Você pode se posicionar em relação às aplicações na Bovespa a partir das primeiras informações sobre o desempenho das bolsas asiáticas, num ritual que já subtrai sem constrangimento a independência dos centros nervosos da economia de cada país.

Isso quer dizer claramente: A macro-economia internacional engendrou outros referenciais e hoje não se pode dizer que esse ou aquele país nos ameaça. As hidras que se infiltram sobre nossos territórios não estão sujeitos a controles de nenhum país, de nenhum governo.

São grandes complexos econômicos que podem pagar às melhores cabeças e produzir controles remotos, robôs, tudo o que precisam para refazer o mapa do mundo.

Depois que descobriram as serventias do "terceiro setor", essas ONGs com discursos direcionados, os cabeças desses complexos concluíram, a partir de estudos científicos, que precisam bancar a miniaturização das Forças Armadas nos países alvos.

Mais do que qualquer outro país, o Brasil precisa de uma política militar sólida e fortalecida, independente dos outros, tanto pela dimensão do nosso território, a extensão das nossas fronteiras, como, principalmente, pela camuflada ocupação estrangeira de nossa maior riqueza, a Amazônia e da necessidade de proteger nossa "Amazônia Azul" - os 7.491 km de fronteira marítima, que formam a gigantesca Área Marítima Jurisdicional, (onde dispomos de grandes reservas de petróleo) de 4.451.766 km2, mais da metade (52 %) do território continental, de 8.511.965 km2.

A necessidade de um complexo militar em condições de cumprir suas funções de defesa vai muito além dos fantasiosos conflitos entre nações.

E exige uma revisão urgente, sem matizes ideológicos, porque o somatório de erros poderá ser fatal para a soberania do Brasil e para a vida da sociedade brasileira. Esses erros começam pelo virtual aniquilamento do serviço militar obrigatório, de tanta importância para nossa juventude sem rumos, até o desprezo pelo conhecimento, a dedicação e o patriotismo inerentes á vida na caserna.

Do jeito que as coisas estão indo, até os cursos superiores das Forças Armadas, que se incluem entre os melhores do Continente, vão acabar tendo sua finalidade deturpada: ao invés de formarem oficiais especializados, vão acabar se convertendo, como já acontece pontualmente, em produtores de profissionais altamente qualificados para as grandes multinacionais que pagam muito mais.

Nessa faina impatriótica de desmotivação dos militares, os interesses "ocultos" jogam com feridas não cicatrizadas e visões primárias de tecnocratas delirantes, os quais escondem da sociedade um perigoso vexame: segundo fontes merecedoras de crédito, a FAB só consegue operar com 37% de seu poder aéreo e todos seus aviões têm mais de 15 anos de uso. Na Marinha, de toda sua frota, apenas 10 navios estão em condições de combate. No Exército a sucatagem bélica é ainda maior. Segundo levantamento, por falta de investimentos, o Programa Nuclear Brasileiro já provocou um prejuízo de U$ 1,1 bilhão. Os equipamentos de artilharia são semi-obsoletos e estão em péssimo estado de conservação, sujeitos, inclusive, a um racionamento de combustível e à falta de peças.

Diante de um quadro de ostensiva depreciação do Estado e, dentro dele, de sua estrutura militar, é responsabilidade de todos, independente de ódios internalizados, procurarem entender o que realmente está por trás dessa trama, algo que faz do Brasil continental um dos países com menor participação dos gastos em defesa no seu PIB - menos de 1,6% contra 3% da média mundial, uma ninharia se considerarmos os 5% do Poder Judiciário e os 3,98% do tal superávit primário - as restrições orçamentárias para pagar os juros da dívida.

Por questão de espaço, vou parando por aqui. Voltarei ao assunto,mas desde já você poderá encontrar a segunda parte desta matéria em http://colunaporfirio.blogspot.com

coluna@pedroporfirio.com

EM TEMPO: Nesses dias, reuni muitas informações sobre a nossa atual "questão militar". Nessa coluna, você tem apenas alguns enfoques do meu trabalho. Espero nas próximas horas dar continuidade, publicando mais material no blog da coluna e enviando por e-mail. Peço desculpas às pessoas às quais ainda não responde sobre os primeiros comentários. Pretendo conversar com cada uma, como de hábito.


Porfírio


Esta matéria está publicada, tambem na Tribumna da Imprensa

http://www.tribunadaimprensa.com.br/porfirio.asp




sábado, 2 de fevereiro de 2008

Novo Ato Institucional é preparado pelo Minisstro Gama Filho (Tribuna da Imprensa 40 anos)

Manchete da TRIBUNA DA IMPRENSA de 30 de janeiro de 1968:

Gama no Rio faz o novo Ato

A elaboração de um novo Ato foi decidida após o presidente receber relatório, de natureza militar, que lhe entregou ontem o ministro Lira Tavares, do Exército, sobre os últimos acontecimentos políticos. Simultaneamente, diferentes setores militares fizeram uma série de pronunciamentos, todos envolvendo apelos à coesão das Forças Armadas.

O primeiro a pronunciar-se foi o general Syzeno Sarmento, distribuindo ontem sua ordem-do-dia do domingo, em que exorta a tropa a permanecer unida "em torno dos nossos chefes". O general Albuquerque Lima, ministro do Interior, advertiu para as "tentativas de dividir as Forças Armadas", enquanto o coronel Osneli Martineli, líder da "linha dura", chamava a atenção para "o cuidado que o líder da Frente Ampla teve em limitar as críticas às Forças Armadas".

Referia-se ao pronunciamento que Carlos Lacerda fez em São Paulo no último sábado. Os meios militares vivem a expectativa de um novo Ato a qualquer momento. E o deputado Marcos Kartzman pede anistia à Câmara.

Brasil é apenas observador na crise da Coréia

Embora o Brasil não tenha, de imediato, qualquer interesse em jogo na Coréia, o Itamaraty acompanha com atenção o desenrolar da crise criada com o aprisionamento do navio espião norte-americano "Pueblo", já que deseja uma solução pacífica para o problema. Desconhece-se se o governo brasileiro estaria disposto a engrossar a fileira dos países que pretendem dialogar diretamente com o governo da Coréia do Norte, reivindicando a devolução do barco norte-americano.

O que se sabe, ainda que extra-oficialmente, é que o Itamaraty se mantém em contato permanente com a delegação junto à ONU, já tendo dado instruções para que se prestigie, ao máximo, as conversações dentro da Organização.

Miráglia dirige Fla até a volta

Aimoré largou ontem a direção técnica do Flamengo por 30 dias e vai, neste período, observar várias seleções européias e cumprir um estágio nos dois principais centros de Educação Física da Alemanha, em Frankfurt e Koin, passando na Itália (Milão) para assistir às finais da Copa Europa de escretes e prometendo "espionar" França e Portugal. Seu substituto, o assistente Válter Miráglia, assume o cargo titular hoje da manhã.

Como a Tribuna antecipou ontem, é bem difícil a volta de Aimoré ao Flamengo porque amigos do técnico o estão tentando convencer de que o melhor será se dedicar integralmente à seleção brasileira, sob pena de se desgastar perante a opinião pública se faturar mais alguns fracassos no clube rubronegro. Para todos os efeitos oficiais, Aimoré ainda é do Flamengo. Isto ninguém duvida. Ocorre que o seu contrato termina em março (foi assinado por 5 meses em novembro) e não há segurança de que seja prorrogado até dezembro de 68.

Aimoré declarou, no Galeão alguns momentos antes de seguir para a Europa, ao lado do sr. João Havelange, que reassumiria suas funções no flamengo. Nada falou, no entanto, sobre a prorrogação do compromisso e dos apelos que lhe fez o sr. Mendonça Falcão para largar o Flamengo e ficar só na CBD.

Fonte: Tribuna de Imprensa a 40 anos

http://www.tribunadaimprensa.com.br/40anos.asp