sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Unidade quase centenária: 18° GAC comemora hoje 99 anos de existência

28/Novembro/2007 | Da Redação

O 18º Grupo de Artilharia de Campanha (18°GAC) comemora hoje 99 anos de existência. O Grupo foi criado pelos decretos 6.971 de 4 de junho e 7.054, de 6 de agosto, ambos de 1908, e implantado em 28 de novembro do mesmo ano, conforme a Ordem do Dia do Exército nº 137, de 30 de novembro de 1908.

http://www.atribunamt.com.br/?p=12436

18° Grupo de Artilharia de Campanha: presença em Rondonópolis desde 1975

Inicialmente, denominou-se 5º Regimento de Artilharia Montada, instalando-se às margens do Rio Aquidauana, compondo-se de apenas 52 homens, que realizaram o difícil deslocamento do estado do Rio de Janeiro, com a finalidade de estabelecer uma maior presença militar no Estado de Mato Grosso.

Em 1914, foi transferido para a cidade de Campo Grande, onde em 1919, passa a denominar-se 11º Regimento de Artilharia Montada. Em 1920, reduzido a apenas um Grupo, passa a denominar-se 1º/11º Regimento de Artilharia Montada. Em 1935, passa a denominar-se Regimento Misto de Artilharia, agora com um Grupo de Dorso, um Grupo a cavalo e uma Bateria Motorizada. Em 1938, desmembra-se o Regimento. Um Grupo desloca-se para Aquidauana-MS (origem do atual 9º Grupo de Artilharia de Campanha de Nioaque-MS), e o outro permanece em Campo Grande-MS, este recebeu a nova designação de 3º Grupo de Artilharia de Dorso.

Em 1946, passa a denominar-se 10º Grupo de Artilharia a Cavalo, subordinando-se à 4ª Divisão de Cavalaria. Posteriormente, recebeu as designações de 10º Grupo de Canhão 75mm a Cavalo, e 10º Grupo de Canhão 75mm Auto Rebocado. E, finalmente, em 1975, recebe o material e canhões 105mm e passa a ter nova designação - a atual - de 18º Grupo de Artilharia de Campanha. Neste ano, também é transferido para Rondonópolis e passa a integrar à 2ª Brigada de Infantaria Motorizada sediada em Corumbá-MS. Ocupara, nesta ocasião, terras, outrora, pertencentes ao Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon. Em 1978, com a criação da 13ª Brigada de Infantaria Motorizada, sediada em Cuiabá, o Grupo passa a constituí-la. (Com assessoria)


Fonte:
http://www.atribunamt.com.br/?p=12436


Comentário deste Blog:

O 9º Grupo de Artilharia é, para mim, muito caro:

Tive a dupla felicidade de, nele, me incorporar às fileiras do nosso querido Exército brasileiro (em Aquidauana) e, nessa mesma unidade (em Nioaque), encerrar minha vida militar, da qual muito me orgulho.

Eis a primeira estrofe do hino da Artilharia:

"Eu sou a poderosa artilharia
Que na luta se impõe pela metralha
A missão das outras armas auxilia
E prepara os campos de batalha"

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Depois do plano, o reequipamento

Jobim afirma que Forças Armadas serão reequipadas após a conclusão do plano de defesa nacional

BRASÍLIA - Na cerimônia de apresentação dos sete novos oficiais-generais promovidos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, ontem, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, avisou aos militares que o processo de reequipamento das Forças Armadas só será desencadeado depois de concluído e aprovado o plano estratégico de defesa nacional, em setembro do ano que vem.

"Acredito que após a aprovação do plano estratégico de defesa nacional poderemos, finalmente conseguir o aparelhamento tão desejado pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica", disse Jobim, em discurso, após reiterar que "é preciso inserir a questão da defesa na agenda nacional" e defender que o desenvolvimento das Forças Armadas seja aliado ao desenvolvimento econômico e tecnológico do País.

Apesar da previsão de longo prazo para o início do tão desejado reaparelhamento das três forças, o ministro da Defesa informou aos militares, ainda no discurso, que "o presidente da República tem plena consciência das enormes dificuldades que os oficiais promovidos irão encontrar no exercício das suas funções". E lembrou que, por isso mesmo, "tem tratado a situação orçamentária das Forças Armadas".

Ele tem repetido que, para este ano de 2008, já conseguiu elevar o orçamento da Força de R$ 6 bilhões para R$ 9 bilhões e que este valor ainda poderá ser elevado para R$ 10 bilhões, a serem empregados em custeio e em investimentos. "O governo tem um sério compromisso com os militares, As Forças Armadas, além dos papéis constitucionais e tem contribuído com o PAC - programa de aceleração econômica", declarou o ministro, ao citar as obras de engenharia que estão a cargo do Exército.

Ao se referir ao plano estratégico, o ministro Jobim lembrou que os estudos estão sendo realizados para que se defina que tipo de forças armadas o país quer e precisa e, o reequipamento das Forças será definido para atender a estes objetivos. "O presidente da República e o Ministério da Defesa querem nossas Forças Armadas orgulhosas dos armamentos, tudo para servir o País", observou Jobim, que completou: "queremos militares altivos, equipados, treinados e motivados profissionalmente".

Nas Forças Armadas, há grande apreensão com a corrida armamentista desencadeada pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez. Em audiência na Câmara dos Deputados, no final de outubro, Jobim minimizou as compras realizadas pela Venezuela. No entanto, reconheceu, que a fronteira amazônica precisa ser vigiada.

"O cumprimento da tarefa de defesa nacional brasileira não é expansionista em questões territoriais, mas sim para conservação de seu território। Nas fronteiras amazônicas é preciso tratamento diferenciado", disse.

http://www.tribuna.inf.br/noticia.asp?noticia=pais01

domingo, 25 de novembro de 2007

Brasil enviou ontem 8º contingente de militares para Haiti

Sábado, dia 24 de Novembro de 2007 às 08:30hs


O oitavo contingente de militares brasileiros, formado por 130 homens da Força Aérea, embarcou no final da manhã de ontem para o Haiti, onde integrará a Missão das Nações Unidas para a Estabilização (Minustah).

Segundo nota divulgada pelo Comando Militar do Leste, a tropa que seguiu da Base Aérea do Galeão "é integrada, em sua maioria, por militares voluntários selecionados".

O primeiro grupo brasileiro viajou em 2004 e, de acordo com um dos coordenadores da missão, coronel Luís Paul Cruz, "a estabilização vem sendo conseguida, já se pode ver claramente que as pessoas voltaram a trabalhar, o sistema de transportes voltou a funcionar, o governo do Haiti começou a estabelecer as suas prefeituras e o mínimo de organização".

O coronel acrescentou que a missão brasileira ficará naquele país "até o momento em que o governo do Haiti disser ao governo do Brasil que devemos regressar". Até o final do ano estão previstos mais quatro embarques de tropas, totalizando 1.230 brasileiros, entre os quais três mulheres: uma médica e duas dentistas.

Um dos voluntários que embarcaram hoje é o sargento Carlos Alberto Fernandes, que ficará por seis meses no país do Caribe. "É um país que está se recuperando de um conflito civil e a nossa esperança é que possamos ajudar, de alguma forma, na reestruturação. Vamos trabalhar em ações cívico-sociais e no patrulhamento", informou o militar, que tem dois filhos – um de oito anos e outro de seis.

O pai dele, Walter Fernandes, já na despedida estava ansioso pelo retorno: "É um pouco de orgulho, um pouco de apreensão, um pouco de tudo. Chega até a elevar a emoção. Estamos torcendo para que esses seis meses passem muito rápido."

http://www.aquidauananews.com/index.php?action=news_view&news_id=117462

Controladores de vôo devem ser julgados na Justiça Federal, segundo opinião do MPF

Os controladores de vôo envolvidos no episódio da queda do avião da Gol em 2006, ainda que militares, devem ser julgados pela Justiça Federal, e não pela Justiça Militar.

A opinião foi manifestada em parecer do MPF (Ministério Público Federal) encaminhado ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), nos autos de um processo que decidirá qual juízo é o competente para o julgamento do caso.

Os controladores de vôo, bem como os pilotos norte-americanos do jato Legacy, que se chocou no ar com o Boeing da Gol, teriam infringido o Código Penal no artigo 261 (expor a perigo aeronave ou praticar qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegação aérea) em concurso com o artigo 263, que qualifica os crimes de perigo comum quando ocorre morte.

A pena prevista é de seis meses a dois anos de detenção, mas pode ser aplicada a pena de homicídio culposo (detenção de um a três anos), aumentada de um terço.

O conflito positivo de competência ocorre quando dois juízos se julgam igualmente competentes para a apreciação da ação penal. A questão foi proposta pelo Juízo Federal de Sinop (MT). Nessa ação penal, o MPF já apresentou denúncia contra os dois norte-americanos e contra os quatro controladores de vôo. Ocorre que a Justiça Militar, implicitamente, declarou-se competente para julgar o mesmo caso quando rejeitou, por inépcia, a denúncia contra os quatro controladores de vôo (juízo auditor da Auditoria da 11ª Circunscrição Judiciária Militar do Distrito Federal).

No parecer encaminhado ao STJ, o MPF afirma que, na aviação civil, a militarização do espaço aéreo não enseja a competência da justiça especializada (militar). A prática do fato supostamente criminoso por controladores de vôo, a despeito da condição individual deles de militares, não se subordina à competência da Justiça Militar. Da mesma forma, a defesa do espaço aéreo, a cargo de órgão militar, não obriga um enquadramento em qualquer hipótese prevista no Código Penal Militar.

Em novembro do ano passado, ao analisar outro conflito de competência, a 3ª Seção do STJ entendeu que caberia à Justiça Federal o julgamento do caso, e não à Justiça estadual como era cogitado à época. Como a relatora daquele processo foi a ministra Maria Thereza de Assis Moura, o MPF também opina, no parecer, pela prevenção da ministra para relatar esse novo conflito de competência, uma vez que ela já manteve contato com o tema. O processo foi distribuído automaticamente ao ministro Paulo Gallotti, e não há previsão para seu julgamento.

Terça-feira, 20 de novembro de 2007


Fonte: Última Instância (Enviado por e-mail)

http://ultimainstancia.uol.com.br/noticia/44622.shtml

sábado, 17 de novembro de 2007

Jobim quer submarino para proteger reserva de petróleo

16/11/2007 - 10h06

da Folha de S.Paulo, no Rio

O ministro Nelson Jobim (Defesa) usou a descoberta de reservas de petróleo para defender ontem o reaparelhamento das Forças Armadas e melhores condições de proteção nacional, em especial contra ações terroristas.

Ele apontou a necessidade de um submarino de propulsão nuclear e defendeu a autonomia do Brasil no fechamento do ciclo de enriquecimento do urânio, também usado como fonte de energia.

"Não pensem que vamos conseguir proteger essa reserva exclusivamente com navios de superfície. Agora, basta abrir o Google Earth [programa de imagens por satélite da internet] para localizar a sua casa. Estrategicamente, um navio é importantíssimo, mas é algo identificável. Não precisamos do urânio para bomba atômica, isso é bobagem", disse o ministro, durante a 4ª Conferência Internacional do Forte de Copacabana, sobre cooperação internacional em segurança e defesa.

Jobim lembrou que o orçamento das Forças Armadas foi otimizado este ano em R$ 3 bilhões --de R$ 6 bilhões previstos para R$ 9 bilhões.

Fonte: Folha Uol

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u346082.shtml

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Exército: 78% dos tanques têm mais de 30 anos de uso

* Com equipamentos obsoletos e carência de reaparelhamento, as Forças Armadas estão ativando seu lobby no Congresso para obter verbas.

No Exército, 78% dos blindados em operação têm mais de 34 anos de uso.

Na FAB, só 37% das aeronaves estão em condições de voar.

Mas a situação mais dramática é a da Marinha: desde 1999, foram desativados 22 navios, substituídos por apenas dez.

Até 2010, mais 17 navios deixarão de operar, informa relatório da Marinha enviado ao Congresso.

A Força tem cinco submarinos, que precisam ser reformados.

"Temos que ter Forças Armadas perfeitamente armadas", diz o comandante da marinha, Júlio Soares de Moura Neto.

O Orçamento de 2008 prevê R$ 9,3 bilhões para as Forças Armadas.

Pesquisadores do setor de defesa criticam a falta de transparência nos gastos militares.

(O Globo - Sinopse Radiobrás - 11- 11-07)

"Marechal Costa e Silva já conteve os grupos militares de tendência totalitária" (Marechal Amaury Kruel - Tribuna da Imprensa há 40 anos)

Kruel vê Costa resistindo às pressões dos americanos

O marechal Amauri Kruel reconheceu ontem - ao contestar as denúncias de possibilidade de golpe contra o Congresso, feitas pelo deputado Hermano Alves - a existência de pressões norte-americanas em vários setores governamentais, mas afirmou que "o presidente Costa e Silva está resistindo e tem todas as condições para resistir".

O ex-comandante do II Exército argumentou, contra as afirmações do deputado Hermano Alves, que "o marechal Costa e Silva já conteve os grupos militares de tendência totalitária e deseja, efetivamente, o fortalecimento do regime democrático". Concorda entretanto em que o País se encontra realmente numa encruzilhada, "mas o chefe do Governo tem feito tudo para garantir a normalidade institucional".

Fonte: Tribuna da Imprensa Online

http://www.tribuna.inf.br/40anos.asp

sábado, 10 de novembro de 2007

Haiti: ‘Força de Paz’ encerra treinamento em Aquidauana

Sexta-feira, dia 09 de Novembro de 2007 às 19:00hs



A Companhia de Engenharia de Força de Paz Haiti comemorou na noite desta quarta-feira (07), o fim dos estágios Básicos e Avançados com um jantar.

A solenidade ocorreu no Clube dos Subtenentes e Sargentos (GRESSA), e contou com a participação de autoridades civis e militares, que receberam um certificado de agradecimento pela colaboração prestada ao 9º BE Cmb e aos militares da Cia de Paz.

Na ocasião os coronéis André Cezar Siqueira comandante do 9º BE Cmb, e Riyuzo Ikeda comandante da Cia E F Paz, agradeceram as autoridades, sociedade civil organizada, empresários, a imprensa e a população em geral de Aquidauana, Anastácio e cidades vizinhas, pelo apoio as Tropas Federais que compõem o 6º contingente. Uma parte dos militares deve seguir para o Haiti no próximo dia 15/11.
Na manhã de ontem, terça-feira (08), aconteceu no Batalhão Carlos Camisão a solenidade de encerramento dos treinamentos e despedida da companhia. O evento ocorreu no interior do 9º BE Cmb. Difusora 1340 / Dany Silva

Fonte: Aquidauana News

http://www.aquidauananews.com/index.php?action=news_view&news_id=116719

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Intervenção das Forças Armadas é inevitável, diz Jobim

09/11/2007 - 20h30

Rio - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou hoje que será inevitável a intervenção das Forças Armadas para garantir a lei e a ordem em ambientes urbanos, por causa do clamor popular. De acordo com ele, um grupo de trabalho do ministério está trabalhando na elaboração de um estatuto para definir um comando único quando as tropas do Exército e a Polícia Militar precisarem trabalhar juntas.

"Não adianta pensar que não vai ter de intervir. Vai. O que nós não podemos é deixar que os fatos nos atropelem. De repente tem um conflito enorme numa região do País que vai clamar a intervenção das Forças Armadas. E nós não temos como deixar de fazê-lo", afirmou Jobim durante palestra na Escola Superior de Guerra, no Rio.

O ministro acrescentou que já conversou com o alto comando do Exército para avisar dessa possibilidade. "Não se iludam. Num determinado momento, vai haver clamor no sentido de em algumas circunstâncias usar as Forças Armadas, Exército, Marinha e Aeronáutica para operações de garantia da lei e da ordem", disse.

Jobim afirmou que o problema de unir as Forças Armadas e a Polícia Militar em intervenções em áreas urbanas não é tático nem logístico. De acordo com ele, o empecilho é jurídico. E citou o expertise da experiência brasileira no Haiti, onde "gangues" controlavam territórios em Porto Príncipe, capital daquele país.

"Agora, você colocar a tropa brasileira numa intervenção numa favela do Rio qual é o estatuto da tropa? Qual é o comando que teria a tropa sobre a força da Polícia Militar? Nós sabemos perfeitamente, se quisermos falar claro, que no momento em que se fizer isso a Polícia Militar ou a própria tropa vão se conflitar. Não vai fluir informações. Vai fluir casca de banana", disse Jobim.

Alberto Komatsu

Fonte: Notícias Uol

http://noticias.uol.com.br/ultnot/brasil/2007/11/09/ult4469u13590.jhtm

General Horta Barbosa: O líder da luta do "Petróleo é nosso"

O Petróleo é nosso

(Por Voltaire Schilling)
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» Os militares e o petróleo
» O petróleo é nosso



Terminada a 2ª Guerra Mundial, derrubada a ditadura getulista em 29 de outubro de 1945, o sentimento nacionalista refluiu para o Clube Militar. Celebre instituição fundada em 1887, que desde os primeiros anos da república brasileira tornara-se Foro de Debates dos oficiais do exército, passou a ser novamente a grande arena onde se travaram os intensos debates, apaixonados e estridentes, envolvendo os que eram a favor do monopólio estatal e os que eram radicalmente contra. O cenário internacional apontava para o fim do colonialismo: na Índia de Gandhi prosseguiam as negociações com o Império Britânico no sentido de obter a sua independência, o mesmo dava-se no sudeste asiático, com o surgimento do Vietmin, o movimento pela independência do Vietnã, no Quênia em Gana surgiam manifestações pró-emancipação total, e assim em muitos outros casos espalhados pelo Terceiro Mundo.

Muitos oficiais das Forças Armadas, tais como Estilac Leal, Raimundo Sampaio, leitão de Carvalho e Edgar de Oliveira, abraçavam a Tese Horta Barbosa, segundo a qual o petróleo era um produto estratégico cuja exploração não deveria ser entregue à atividade privada, que, levando em consideração não haver nenhuma empresa brasileira habilitada, fatalmente cairia nas mãos dos trustes estrangeiros. Para Horta Barbosa tudo que fosse referente ao petróleo devia ser tarefa exclusivamente nacional. Em 1939, quando ainda presidia a CNP, ele visitara o Uruguai e a Argentina e verificara pessoalmente que o estado era hábil o suficiente para controlar aquele ramo estratégico do desenvolvimento nacional. De algum modo a independência futura do Brasil, passava necessariamente pelo monopólio estatal do petróleo.

Essa posição galvanizou boa parte da opinião pública, além dos militares, os estudantes da UNE e os sindicalistas rapidamente engajaram-se na sua defesa. O partido privatista igualmente arregaçou as mangas. Os principais órgãos da grande imprensa, particularmente a cadeia dos Diários Associados de Assis Chateaubrian, em consonância com o mundo empresarial, os banqueiros e os grandes comerciantes, defendiam abertamente a presença do capital externo, isto é, do americano, na exploração do petróleo.

Bloqueados pelos meios de comunicação, os nacionalistas saíram em busca do apoio popular. Foram às ruas apelar em comícios, largamente apoiados pelos comunistas. O PCB, o partido comunista brasileiro, que fora legalizado, pelo menos até 1947, foi um dos principais impulsionadores do movimento a favor do “Petróleo é nosso”, o que alijou da causa o apoio de um número significativo de militares nacionalistas. A crescente tensão entre os Estados Unidos e a URSS, que conduziu rapidamente o mundo à Guerra Fria, teve seus reflexos imediatos na Campanha que se desenrolava no Brasil.

Vistos como um elemento antinacional, um corpo estranho à sociedade brasileira, os comunistas eram apontados como simples veículos dos interesses inconfessáveis de Moscou. A presença comunista a favor do monopólio estatal era apresentada pelos “privatistas” – especialmente pela UDN (União Democrática Nacional) - como prova do andamento de uma conjura soviética, articulada pelo Cominform, para debilitar os interesses norte-americanos no Brasil e na América Latina em geral.

O debate no clube militar


O primeiro poço em Lobato, na Bahia, 1939
O estopim do grande debate que ocorreu no Clube Militar, em 1947, foi o envio ao Congresso nacional do anteprojeto do Estatuto do Petróleo, elaborado pelo governo do general Eurico Gaspar Dutra (1946-1951). Era intenção expressa naquele documento, abrir-se concessões à presença do capital estrangeiro nos assuntos do petróleo. Para defender a posição do novo governo, o general Juarez Távora, que participara da Revolução do 1930 ao lado de Getúlio Vargas, apresentou-se no Clube Militar, entre os dias 21 de abril a 16 de setembro de 1947, para expor aos colegas de farda o seu ponto de vista. A defesa que ele fez, ainda que moderada, do capital internacional e aproximação com os Estados Unidos, teve uma imediata resposta da parte do general Hora Barbosa, que, em três encontros, à convite do Clube, fez uma candente exposição da necessidade do monopólio estatal.

Síntese das posições das duas correntes




General Horta Barbosa X General Juarez Távora

General Horta Barbosa
Posição Nacionalista. Ênfase no anti-colonialismo. Defesa intransigente do monopólio estatal do petroleo devido ao fato de que os interesses nacionais divergiam dos grande trustes internacionais. Uma empresa estatal brasileira teria condições, como em outros países latino-americanos (Argentina, México, etc..), de assumir a exploração e a prospecção dos poços de petróleo. Valioso produto estratégico não poderia ficar à mercê do controle estrangeiro. Não havia nenhuma garantia que a cedência das lavras petrolíferas pudesse atrair novos e generalizados investimentos.

General Juarez Távora
Posição conciliadora com o capital estrangeiro, dita “entreguista”. Ênfase no anticomunismo. O Brasil não dispunha de capitais, experiência ou quadros técnicos hábeis nos afazeres do petróleo. Além disso, a possibilidade futura de uma “Guerra Intercontinental”, obrigava o Brasil a aliar-se com os E.U.A facilitando-lhes o acesso aos mananciais petrolíferos ainda por encontrar. Por último, a abertura das reservas provocaria uma atração de outros capitais internacionais, tão necessários ao progresso nacional.

Se os argumentos de Horta Barbosa terminaram historicamente por prevalecer - visto seis anos depois, a Petrobrás ter sido finalmente fundada por Getúlio Vargas, em 3/10/1953 - , a presença comunista na Campanha do “Petroleo é Nosso” haveria de envenenar por muito tempo as relações entre os oficias das três armas. Naquela ocasião, com a vitória da chapa dos nacionalistas (Estilac Leal- Horta Barbosa) para a eleição do Clube Militar, realizada em 17 de maio de 1950, os princípios da defesa da Segurança Nacional no que tange à exploração do petróleo ainda conseguiram sobrepor-se ao sentimento anticomunista, predominante na maior parte das Forças Armadas. Num mundo incendiado pela mobilização anti-colonialista, simultânea a ascensão da política anticomunista, pelo menos na questão do petróleo, a primeira venceu a segunda.

Fonte:

Educação História por Voltaire Schilling Brasil

http://educaterra.terra.com.br/voltaire/brasil/2003/10/01/000.htm

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Petrobras: Símbolo da luta dos militares pela emancipação econômica do Brasil

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» Os militares e o petróleo
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Os militares e o petróleo

(Por Voltaire Schilling)

O dia 3 de outubro de 1953, data da fundação da Petrobrás, é entendido pelos nacionalistas brasileiros como uma data tão importante quanto o sete de Setembro. Ela assinalou o começo da emancipação econômica da nação brasileira, por ter sido o momento em que lançaram-se as bases do controle nacional, via monopólio estatal, de um produto fundamental para o desenvolvimento do país: o petróleo. Considerado um mineral estratégico, desde a década de trinta do século XX, os militares brasileiros assumiram uma posição chave na decisão final de manter as lavras do ouro negro sob o controle do estado.

O papel do General Horta Barbosa


General Horta Barbosa (1881- 1965)

"Estamos obrigados a transmitir às gerações vindouras, nossa pátria íntegra, tal como a recebemos de nosso antepassados. Somos pobres, podemos, porém, ser ricos, se exploramos nós mesmos nossa riquezas petrolíferas, em vez de entregá-las a estranhos. O exemplo que temos a seguir no caso é o das pátrias de San Martin e Cuauhtemoc, de cuja experiência é preciso extrair o máximo proveito."
General Horta Barbosa, conferência no Clube Militar, 1947

Com o aumento vertiginoso das tensões políticas no final dos anos trinta do século XX , a perspectiva da eclosão de uma nova guerra mundial, colocou a questão do petróleo na ordem do dia para as autoridades brasileiras. O general Gois Monteiro, então chefe do estado maior das Forças Armadas na vigência do regime do Estado Novo, entre os estudos e avaliações que encomendara, recebeu, em 1938, um relatório que muito o impressionou. O autor era o general Horta Barbosa, o qual, segundo um levantamento que fizera, caso ocorresse uma guerra, escreveu que o Brasil contaria com combustível suficiente somente para algumas semanas. Bloqueado ou cortado o suprimento, num só golpe, o país podia ver-se de joelhos, paralisado ou constrangido a recorrer ao carro-de-boi.

Uns anos antes, em 1936, esse mesmo general enviara ao general Eurico Gaspar Dutra, Ministro da Guerra, um memorial intitulado “O Petróleo e a Defesa Nacional” , no qual solicitava a presença de um técnico (sic) para realizar pesquisas no Mato Grosso, porque, segundo ele, era o momento de por de lado os “lirismos” a respeito das potencialidades do Brasil e dar um real impulso aos projetos que visavam a prospeção das possíveis lavras de petróleo.

O quadro era desanimador para os brasileiros. Havia uma inconformidade generalizada com o fato de que, até então, num território que se entendia tão pródigo, não ter-se ainda encontrado nada de relevante naquela questão. Acharam petróleo no México, na Venezuela, na Colômbia, no Equador, na Argentina e até no pequeno Uruguai, mas de significativo nas terras brasileiras. O constrangimento era coletivo. Foi assim, por causa da proximidade da guerra, que o petróleo virou item importante da Segurança Nacional.

O cenário nacionalista




Os anos trinta foram marcados pela radicalização do nacionalismo autoritário. Num mundo em crise, vitimado pela Grande Depressão, iniciada em Nova York em 1929, os laços de solidariedade internacional foram rapidamente rompidos. Deu-se um generalizado salve-se quem puder. As economias dos estados-nacionais, desorganizadas e abatidas pela profundidade e extensão da catástrofe, voltaram a fechar-se, a proteger-se, a criar cada vez mais barreiras aduaneiras de toda ordem, no intento de salvar o que podia ser salvo. Nos países mais pobres, em estágios inferiores de desenvolvimento, particularmente os latino-americanos, a reação foi no sentido de procurar controlar diretamente as suas riquezas estratégicas (a adoção das politica de defesa da riqueza mineral) .

A primeiro ação neste sentido foi dado pelo Uruguai, em 1931, quando fundou-se ANACAP, a empresa estatal encarregada do petróleo local, seguido, em 1932, pela YPF (Yacimientos Petroliferos Fiscales) da Argentina. O fato mais espetacular que ocorreu naquela década deu-se no México, em 1938, quando o presidente general Lázaro Cárdenas, respaldado por um amplo movimento popular, nacionalizou, por meio da lei de Expropriación Petrolera, em março de 1938, a rede de poços de petróleo que estavam nas mãos de companhias norte-americanas, criando a PEMEX (Petróleos Mexicanos) para gerenciá-los.

A política de nacionalizações desencadeada pelos governos latino-americanos desagradou os norte-americanos, pois, desde 1926, o setor federal encarregado de orientar a política petrolífera, recomendara, por motivos estratégicos, a necessidade dos Estados Unidos controlarem as lavras de ouro negro dos outros países. Os agentes da Standard Oil, o grande truste petrolífero de John D. Rockefeller, como o geólogo-chefe Wallace E.Pratt, eram os mais enfáticos na defesa da posição americana e, naturalmente, tornaram-se os mais odiados pelos latino-americanos que os viam como meros tentáculos do cobiçoso polvo do Norte.

No Brasil nada disso se deu naquela ocasião em função de nunca ter-se, até então, encontrado algo relevante. O máximo de atitude que tomou-se foi criar a CNP (Conselho Nacional do Petróleo) e colocar o general Horta Barbosa na presidência dele. No Brasil, a batalha pelo petróleo foi postergada para o final da década de 40, começo dos anos 50.

Fonte:

Educação História por Voltaire Schilling Brasil

http://educaterra.terra.com.br/voltaire/brasil/2003/10/01/001.htm

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Amanhã, dia 8 de novembro, festejo dos 120 anos do Clube Militar. (Hélio Fernandes)

"Fará palestra sobre o tema o general Jonas de Morais Correia Neto. No dia 8 de novembro de 1891, portanto decorridos 116 anos (e já com o Clube Militar fundado), o marechal-presidente Deodoro derrubava o regime democrático, fechava o Congresso, prendia muita gente.

Só que durou apenas alguns dias esse Poder não conquistado. O também marechal Floriano, ambicioso como o outro (mas os dois totalmente desinteressados de dinheiros e rigorosamente honestos), que era vice-presidente e ministro da Guerra, deslocou Deodoro, alguns "historiadores" dizem que este renunciou.

Floriano reabriu o Congresso, soltou os presos (incluindo a grande figura do senador Saldanha Marinho), mas não realizou eleição, como mandava a Constituição. E ainda ameaçou quem representasse contra ele no Supremo. O Poder é o Poder, não interessa se o ocupante esteja fardado ou a paisano. 120 anos tumultuados, agora em festa."

Fonte: Tribuna da Imprensa (Extraído da coluna de Hélio Fernandes)

http://www.tribuna.inf.br/coluna.asp?coluna=helio

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Militares de MS auxiliam haitianos após tempestade


Segunda-feira, 05 de Novembro de 2007 15:55
Humberto Marques

Divulgação
Veja a foto ampliada
Milhares de famílias ficaram desabrigadas após passagem da tempestade tropical pelo Haiti

Militares do Batalhão “Carlos Camisão”, de Aquidauana, foram escalados para atender as vítimas da enchente que atingiu o Haiti após a passagem da tempestade tropical Noel. Os militares que estão no País fazem parte do 5º Contingente da Companhia de Engenharia Força de Paz, e colaboraram no atendimento a moradores da capital haitiana, Porto Príncipe, que ficaram desabrigados.

O Brabat (Batalhão Brasileiro) socorreu pessoas nos bairros Cite Soleil, Ti-Haiti, Droullard, Bois Neuf e Brooklin, atendendo a solicitação do Ministro do Interior do Haiti e de autoridades de Porto Príncipe. Uma das bases do Exército naquele País serviu como ponto de apoio às atividades de três companhias. Além do transporte, os militares brasileiros colaboraram na retirada de moradores ilhados, atendimento médico, controle da população nas áreas de refúgio e distribuição de alimentos e água para cinco mil pessoas nesses locais.

A Força de Paz no Haiti foi composta pela Organização das Nações Unidas, sendo que o efetivo brasileiro é um dos principais integrantes do operativo – que teve sua permanência no país prorrogada até outubro de 2008. O Haiti é o país mais pobre das Américas, e viu sua situação piorar após junho de 2004, quando a crise política local culminou na saída do presidente Jean Bertrans Aristide. (Com informações do site Anastácio Notícias)

Fonte: Campo Grande Bews

http://www.campogrande.com/view.htm?id=397816


domingo, 4 de novembro de 2007

Presidente Lula autorizou o comandante da Aeronúatica, Juniti Saito, a comprar 36 caças, ao custo de US$ 2,2 bilhões, a partir de janeiro

* O projeto original, chamado FX-1, previa US$ 700 milhões. Um dos fatores que contribuíram para a decisão de reforçar a verba é a Venezuela. Hugo Chávez, nas palavras dos militares, estaria se "armando até os dentes", com intenção de comprar 120 aviões de combate, 15 submarinos e 138 navios, além de reforços já providenciados.

(Estado de São Paulo - Sinopse Radiobrás)

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Alencar promete reajuste para militares em 10 dias

Governo Lula

Sexta, 8 de julho de 2005, 22h38

O vice-presidente da República e ministro da Defesa, José Alencar, se reuniu nesta sexta-feira com os comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica e garantiu que o reajuste salarial de 23% reivindicado pelos militares deverá ser decidido até o dia 18 de julho, segundo a Globonews.

José Alencar anunciou que a proposta a ser levada ao presidente aponta um reajuste a ser pago em duas parcelas, sendo 13% a partir deste mês de julho e 10% a partir de janeiro de 2006, para militares da reserva e da ativa.

Os militares alegam que o reajuste é necessário para a reposição parcial de perdas salariais. Os percentuais serão os mesmos para ativos e militares da reserva.